sexta-feira, 30 de setembro de 2011

"CAVALEIRO ENCOURAÇADO"





Chapéu de couro, jaleco, gibão,guarda peito e perneira. Taca de couro cru, espora prateada, luva de couro, olhar fixo na caatinga, pra ver pra onde corre o boi.
Laço preparado, mãos aflitas, cavalo arrediu querendo partir, gesticulando a pata como se cavasse o chão na expectativa do sinal para arrancada.

Vento parado, suor no rosto, retrata a quentura deste solo árido e desvisitado de chuva nesta estação.
Eita chão quente, mais se parece com uma fornalha. Mas, ali está a figura forte do vaqueiro encouraçado feito tatu, só de fora decifravel, os olhos atentos aos movimentos.
Parte o boi, caatinga a dentro, calumbi, serra guela, pau de colher,quebra facão, tudo passa na velocidade do vento, galho de candeia se tora, toco de jurema se deita, poeira levanta grito se houve no ôco do mato cercado de tantos misterios, compartilhados pelos personagens principais:O BOI, O CAVALO O CAVALEIRO ENCOURAÇADO, A CORAGEM A DETERMINAÇÃO DA LIDA.
Deu vista boa, pegou o laço, girou no ar,a corda de couro fez um bailado zunindo no vento, o lance aplicado, o alvo atingido o grito de guerra "EIA" ecoa feito estampido de arma possante, estrondando no seco solo da lida.
Pescoço do boi, agora não mais livre, e sim dominado pelas ageis mãos e fortes braços do encouraçado Homem da caatinga.
Domador de feras na lida diária do sertão.
Oficio dos seus antepassados, outros encouraçados herois de sina acatingada pelo viver soberano da fortaleza do ser.

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