terça-feira, 25 de outubro de 2011

Itaporá ou Apomira













Itaporá ou Apomira tem historia
No passado teve lá rivalidade
Aporá sei que é nossa cidade
Itamira tem também a sua gloria
O que importa é o acervo e a memoria
Rebuscada para melhor pesquisar
E como tese, nós devemosestudar
O que vale é mostrar nossa cultura
Dedicando nossa paz rica e pura
Se unidos só teremos á ganhar

Aporá antes de ser desmembrado
Pertencia a Inhambupe isso é fato
A pesquisa nos fornece o relato
Remetendo do presente ao passado
Dia 05 de Agosto emancipado
Juntamente com a data de São Roque
O zabumba inicia e dá o toque
Tá aberta a nossa grande festança
Junta moço vem também muita criança
Alegria pura sem entrar em choque

Antes de Aporá virar cidade
Foi controlada por administradores
Nessa época não tinha vereadores
Escolhiam os Homens com honestidade
E pra isso tinham a capacidade
Tomaz Mendes, João Teobaldo Vasconcelos
O primeiro e o ultimo em tempos belos
Cá tiveram importância de verdade
Procuravam então a modernidade
Para o povo de labores tão singelos

No inicio do século XVIII
Foi em 10 de novembro com certeza
A história revela com clareza
E eu sigo narrando bem afoito
Que no ano então de 38
Veja bem que o passado me inspira
Cá surgia a vila de Itamira
Dr.Landulfo era o Governador
Da Bahia a capital é Salvador
Eis aqui a pesquisa como gira

O Dr. Manoel José da França
De Inhambupe ele era o prefeito
Sancionou a lei e surtiu efeito
O povo agora carregava a esperança
O carinho, respeito e confiança
Itamira começou desenvolver
A passos lentos já se via o seu crescer
Francelino José de Souza o Coronel
Foi de grande importância o seu papel
Onde o povo jamais vai esquecer

Quem me dera poder citar em versos
Descrever um cantinho da nossa historia
Professora Valquíria tem memória
Mostrando-nos outra luz num universo
Eu aqui num traçado submerso
Relatando nas fontes de acolá
Vou tangendo a poesia para cá
Relembrando tempos idos dos tropeiros
Por aqui foram estes pioneiros
Que cruzavam nas terras do Aporá

Vamos agora navegar noutro estudo
E falar dos prefeitos do lugar
Já começo então a relatar
Vou fazendo do verso o meu escudo
Sou poeta e não posso ficar mudo
Pois eu sigo a minha trajetória
Informando através da nossa historia
Que é bela e até desconhecida
Mas quem mata a cultura nesta vida
Com certeza já destrói toda memória

José Mendonça dos Santos o primeiro
Prefeito que nossa cidade conheceu
José Dantas de Oliveira o sucedeu
Tudo isso é relato verdadeiro
Teodoro José dos Santos o terceiro
Godofredo Mendes de Souza em seguida
Já trazia mais progresso em sua lida
E José de Souza Freire o Zé viola
Ensinou mesmo tendo pouca escola
Que governar com amor melhora á vida

José Correia de Souza também veio
Aporá e Itamira governar
Muito pouco tempo para comandar
Eu relato de uma fonte que leio
José Barros Evangelista pelo meio
Era o sétimo então que assumiria
Agenor Mendes de Oliveira já viria
Como oitavo eleito pelo povo
Em seguida Zezito ganha de novo
Traz a todos confiança e alegria

Lauro Ferreira de Sales, o ferreiro
De Zezito recebeu o seu apoio
E o povo nos comícios em comboio
Gritava o nome de Lalu novo guerreiro
Eu queria que Dalva viesse primeiro
Mas o Barros com sua inteligência
Tinha este uma grande sapiência
E de certo sabia o que fazer
Mas depois uma derrota veio ter
E Agenor venceu usando experiência

José Barros vence a próxima eleição
2004 foi a ultima disputada
Ali então sua luta praticada
Encerrava seu caminho e direção
Pois perdeu sem entender á razão
Ivonei Raimundo dos Santos foi eleito
Por duas vezes ele é então prefeito
O vaqueirinho cai no gosto popular
Passa o povo então a consagrar
E ele segue governando do seu jeito

Até aqui 13 administrações
Não entrei noutros detalhes não senhor
Para ser um bom administrador
È o povo quem lhe dar as opções
Os acertos ou erros das eleições
Não me cabe por aqui eu relatar
Quando o povo passa se manifestar
A mudança com certeza acontece
Cada um tem o líder que merece
As vezes acham o que vale é o votar

Quantos Zés tivemos na prefeitura?
José Mendonça dos Santos abriu caminho
José Dantas de Oliveira o segundinho
Theodoro José dos Santos outra figura
E José de Souza Freire de Alma pura
Vem José Correia de Souza em revista
Em seguida José Barros Evangelista
Nosso Ultimo José Revolução
Governou com carinho e emoção
Qual será o outro José pra esta lista?

Quem será nosso próximo prefeito
Na disputa quem será que vai vencer
Pra fazer o município crescer
Comporá nossa historia com respeito
Que nos seja bom, honesto e direito
E que ame nosso povo e nosso chão
Seja ele um brilhante cidadão
Visando sempre o futuro e progresso
Rebuscando encontrar todo sucesso
Traga Itamira e Aporá no coração



Homenagem aos Josés que ajudaram construir a nossa historia politica:
José Mendonça dos Santos 7 de Abril de 1959 a 06 de Abril de 1963
José Dantas de Oliveira De 1963 a 1967
Theodoro José dos Santos 1967 a 1971 (?)
José de Souza Freire De 1973 á 1976
José Correia de Souza 1976 1977
José Barros Evangelista De: 1977 a 1982 e 1988 a 1992 e 2000 a 2004




HINO DA CIDADE DE APORÁ
Autora: (Selma Oliveira de Mendonça)


Minha cidade com um canto vibro agora
Por todos os seus filhos o céu por ti namoro
Quero crescer zelar teu nome sempre
Engrandecer, viver um novo sol [bis]

Quero te tanto confesso nesta hora
Que Deus muito proteja e conduza a tua história
Gritar com fibra, Aporá querido
És minha preferida cidade do amor [bis]

A tua gente teus campos e lagoas,
O Deus onipotente do alto abençoa
Nossas famílias, jovens e crianças
Com fé e esperança, no milênio que surgiu [bis].

Ainda não vi, Aporá fazer uma homenagem a criadora do hino municipal, afinal o que mais enriquece a cultura do nosso povo, é a gratidão daqueles que vivenciam com amor o sentimento ao seu solo pátrio.
"Senhores do poder" acordem e valorizem o talento desta mulher que com amor, doa o seu talento para Aporá.


Amigos estudantes e mestres da nossa região, valorizem nossa cultura regional rebuscando a historia da nossa cidade. O futuro agradece.


“Não é no silêncio que os homens se fazem, mas na palavra, no trabalho, na ação-reflexão”
Paulo Freire.

APLB- NÚCLEO APORÁ

Literatura de Cordel

Núcleo De Aporá















A escola eu sei, é a base.
De toda preparação
O futuro se faz agora
Com luta e determinação
Não se constrói uma vida
Desprezando a educação

Os mestres e a comunidade
Juntos seguem lutando
Nos lares o aprendizado
Aos poucos fortificando
E a escola contribui
E cidadão vai formando

No amparo ao professor
Para compor este fato
Não poderia faltar
A participação nesse ato
Pra fortalecer a Luta
Surge Aplb Sindicato

Em 2003 o inicio
Uma nova intenção
De fundar um sindicato
Que desse toda atenção
Aos nossos profissionais
No campo da educação

Mas somente em 2005
Nova atenção se deu
E com mais seriedade
Foi então que aconteceu
Uma comissão formada
A ideia fortaleceu

Os professores cursistas
Ligados á pedagogia
Abraçaram essa causa
Que nos trouxe alegria
A APLB Sindicato
Em Aporá acontecia



Dia 18 de maio
É uma data importante
Primeira reunião
Para seguir adiante
Hoje o nosso sindicato
Segue forte e atuante

Composição por consenso
Da primeira coordenação
Posse no dia 03 de junho
De 2006 então
Até aqui não existia
Por enquanto a eleição

Mas para que acontecesse
Desta luta a formação
Era, porém, necessária.
A nossa composição
O ponta pé inicial
Do sindicato em questão

Marcelo coordenador
O Vice era Andrezão
Clodoaldo o secretário
Eis aqui a formação
Aldair o tesoureiro
Formava a composição

Rosedalva pra Secretária
Sindical foi escolhida
Para compor a suplência
E seguir tocando a lida
Jessina e Antonival
Eis a equipe escolhida

Agora enfim já se via
Uma equipe bem formada
Para seguir adiante
Na árdua luta travada
Pra defender a categoria
Que se via desamparada




Houve uma recomposição
Pois o então coordenador
Afastara-se da causa
E a luta do professor
Viajando á São Paulo
E foi isso sim senhor

O professor André assume
Após uma reunião
Seu nome pra coordenador
Fora votado então
Para preencher a vaga
Numa nova composição

2007 era o ano
Que isso tudo acontecia
E a luta sindical
Em sua lida seguia
Mas logo em 2008
Novamente mudaria

06 de Junho é formada
A nova coordenação
Era um ano político
Do sindicato se afasta então
Candidatando-se a vereador
O coordenador, Andrezão.

Nova mudança foi feita
Antonival passa a ser
O novo coordenador
Assim tinha que acontecer
Pra deixar tudo certinho
Como exige o proceder

Em 18 de fevereiro
2009 era o ano
Antonival renuncia
Não estava em seu plano
Seguir adiante, pois ele.
Não quis cometer engano




O Professor Aldair assume
O cargo de coordenador
Assim fora homologado
Dedicando-se ao labor
Ajudando nas conquistas
No anseio do trabalhador

22 de junho de 2009
Agora sim em eleição
Veja como aqui ficou
A nova coordenação
Deste núcleo sindical
Eis a atual formação:

Aldair, Jobson e Thomaz.
Coordenador, vice e secretário.
Clodoaldo o tesoureiro
Administra o numerário
E assim segue o sindicato
Traçando seu itinerário

Pra secretário sindical
Eduardo é quem assume
Andrezão e Antonival
Á suplência se resume
Esta é a coordenação
Acesa em forte lume

Por três anos nós teremos
Essa é a coordenação
Até que logo aconteça
Uma próxima eleição
Por enquanto o sindicato
Terá esta formação

Como era então a classe
Antes de tudo acontecer?
Desvalorização profissional
Baixos salários, a saber,
Sem data base meu amigo
Certa para receber




Não tinha a quem recorrer
Não havia mobilização
Professores estavam órfãos
Penava a educação
Ocorrendo em muitas vezes
Total desmotivação

Não havia de verdade
Séria fiscalização
Era na base do “cabresto”
Ou da tal submissão
Na troca de interesses
Como é comum na nação

Nem se quer se respeitava
Carga horaria em seus critérios
Isso sim enfraquecia
A classe dos magistérios
Sem ter a quem recorrer
As soluções eram mistérios

Os gestores escolares
Não tinham qualificação
Era cabide de emprego
As custa da eleição
Era promessa de trabalho
Por voto de obrigação

Nos profissionais da área
Não se via união
Cada um tinha seu modo
De “Fazer educação”
E assim nosso município
Caia no precipício
Por falta de uma gestão

Vamos ver o que mudou?
Façamos esse relato
Muita coisa melhorou
Com a luta do sindicato
Os professores apoiaram
E se entenderam de fato



Chega a quase trezentos
O numero de associados
A Aplb já conta
Com todos estes filiados
E aos poucos vão aparecendo
Os frutos e bons resultados

A união dos profissionais
No campo da educação
O Núcleo sindical defende
Com toda determinação
Salários dignos da classe
E sua valorização

Fiscalização financeira
Resolução de problema
Credibilidade geral
Motivação, e qualquer tema.
Respeito frente aos gestores
A luta é o nosso lema

Gestores de acordo com a lei
Com suas qualificações
Competência analisada
Pro desempenho das funções
Convênios elaborados
Conquistas sem ilusões

Analise as conquistas
Alcançadas nos labores
Aqui expomos com clareza
Para todos os senhores
A nossa forma de luta
Ao lado dos professores

A primeira mobilização
Em âmbito municipal
Foi em 15 de Setembro
Em 2011 afinal
Os professores lutando
Em busca do seu ideal




Atraso no pagamento
A classe desrespeitada
Como se os trabalhadores
Não servissem para nada
E então fomos pras ruas
E a união foi mostrada

Como sempre acontece
Alguns não compareceram
Para juntar-se ao movimento
Acho que não entenderam
E pra fortalecer a luta
Alguns não compareceram

Os motivos eles sabem
Quem não luta já é vencido
Então venham pra somar
Mas não fique escondido
Pois lutamos por você
Nobre professor querido

A Aplb sindicato
Agradece a compreensão
A cada dia fortalecemos
Nossa grande união
Unir pra não separar
Esta é a nossa missão

A APLB Sindicato
Sua historia é conhecida
Em nosso grande Estado
Tem conquista adquirida
É com luta que vencemos
As batalhas nesta vida

Longe da politicagem
O compromisso é a educação
E o amparo ao professor
Na sua reinvindicação
É um parceiro que enriquece
O Estado e a nação




A luta é sempre constante
Por isso devemos lutar
Lugar de guerreiro é na lida
Buscando vitória alcançar


Caros amigos da Aplb
Agradecido vou estar
Recebi este convite
Logo me pus aceitar
Os valores do sindicato
Só em versos vou falar

Somos todos lutadores
Isso já nos faz viver
Luta sonho e liberdade
Valorizo de verdade
A vontade de vencer.



Carlos Silva - poeta e cantador – um paulistano criado entre as cidades de Nova Soure e Itamira município de Aporá-Bahia.
www.bandasdegaragem.com.br/carlossilvacantador
http://cantosemcordeis.blogspot.com

ENDEREÇOS ELETRÔNICOS:
carlossilvampb@yahoo.com.br
barrajado@yahoo.com.br

domingo, 23 de outubro de 2011

“Pedaços de vida, cacos de saudades”.



















• Estradas sem rumo,
Seguindo sem prumo na ânsia tão viva buscando vencer
• Caatinga, cerrado,
Sertão nevoado, no sonho da lida esperando chover
• Assim é a vida
Do bravo guerreiro seguindo na lida no alvorecer
• Castiga no peito
As dores sentidas estradas sofridas de um sonho: Viver
• Tangendo a vida
Em bravos labores, lembrar desamores pra quem longe partiu
• Levou a distancia
Deixou a saudade e a tristeza invade na dor que eclodiu.
• Arrastam os sonhos
Em grotas de choros, pois faltam decoros no seu expressar,
• Rasgou-se a ferida,
Na triste partida o preço da vida, nem vale o pesar

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

"E SE EU NÃO DISSER?"










No Brasil meu camarada
Lá se vem outra eleição
Um punhado de promessa
Mas não vemos solução
Eu calado me pergunto
Que será desta nação?

O mundo está virado
O dinheiro predomina
Tudo ao seu bel prazer
Quando rola a propina
O poder sobe á cabeça
E a muitos contamina

Os tratados que são tantos
Já não trata de ninguem
O que vale é a cobiça
A ganancia sempre vem
Trazendo inpunidade
Massacrando a humanidade
Do jeito que lhes convem

Mas amigos uma coisa
Tenho eu cá com certeza
Deus irá cobrar de todos
Que acham que é esperteza
Financiar a guerra imunda
Provocar fome profunda
Retirando pão da mesa

Do pobre no mundo inteiro
Que sonha com liberdade
Mas liberto sem comer
Creio não seja a vontade
Desse povo que é sofrido
Destratado e oprimido
Por falta de imandade

Dinheiro não se mastiga
Não mata fome de ninguém
Nunca vi alguem comendo
Uma notinha de cem
Quando acabar o dinheiro
Por este mundo inteiro
Sei que esse castigo vem

Deus é moeda de troca
Jesus, ninguem acredita
O que vale á a grana
O ambicioso grita
E acaba tendo o castigo
Da sua vida maldita

Pois o dinheiro só compra
O que o tempo corroi
E a mente do ganancioso
Pouco a pouco se destroi
Quando ele cai na cama
Ou se joga la na lama
sente as dores que lhe doi

Dinheiro eu nunca tive
Não sei o valor que tem
Mas sendo eu ser humano
Me corromperei também
A podre humanidade
morre na ânsia da vontade
È isso que lhe convém

Ninguém está livre disso
Pois os prazeres atraem
Grana,furtuna "AMIGOS"
Na rede da miséria caem
È um ciclo vicioso
Altamente perigoso
Quem entram neles não saem

Se dinheiro fosse vida
Deus mandaria plantar
Para colher as moedas
Pra gente se alimentar
O mestre nos deu o trabalho
O Satanaz no " atrapalho!"
Ensinou vender e comprar

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

"MESTRES DA LITERATURA"





Gregório de Matos Guerra * 1633 + 1695

Salvador lhe abençoou
No colégio Jesuítas
Ali ele estudou
E com dedicação total
Em Coimbra “Portugal”
Foi então que se formou

Recebeu ele o apelido
De “Boca do Inferno” então
Devido a obra satírica
Em Portugal, ficou não
Foi degredado pra Angola
Arrumou sua sacola
Foi em busca de outro chão

Retornou para o Brasil
Por sinal muito doente
Quem sabe queria achar
Aconchego com sua gente
Na Bahia não pode entrar
Nem poema apresentar
Que tristeza pro vivente

Foi assim então que ele
Outro Estado escolheu
Procurou boa acolhida
Pra mostrar o verso seu
Assim revelam os fatos
Então Gregório de Matos
Em Recife faleceu.

Tomás Antônio Gonzaga *1744 + 1810
Nasceu em Porto (Portugal)
Filho de pai brasileiro
Ele era genial
Na composição, na lira
Pois o poeta se inspira
No seu viver maioral

Antônio Gonçalves Dias
Nasceu em Caxias, Maranhão
Era filho de português
Um comerciante então.
Cursou direito em Portugal
Foi professor e por sinal
Era grande na criação

Cassimiro José
Marques de Abreu * 1839 + 1860
Em Barra de São João
Foi lá que ele nasceu
Aqui no Rio de Janeiro
Esse moço brasileiro
Pouco tempo então viveu

O amor, á mulher
Pátria, família, lar
Eram temas preferidos
Do poeta se expressar
E mostrar o sentimento
Vivendo cada momento
Mas sem poder aproveitar

Aos vinte e um anos de idade
Ele então se despediu
As “Primaveras” com ele
De certo também partiu
Na mesma Barra de São João
Cassimiro de Abreu então
Fechou os olhos, subiu

Manoel Antônio
Álvares de Azevedo *1831 + 1852
Nasceu o moço em São Paulo
Também daqui foi tão cedo
Com vinte e um de idade
Foi pouca a mocidade
Acabou logo o enredo.

Luís Nicolau Fagundes 1841 + 1875
Varela o nome completo
Nasceu em Rio Claro (no Rio)
Cursou direito, incompleto
Gostava da boêmia
Mas o que ele escrevia
Era forte e direto

Um fato que lhe marcou
A trajetória do caminho
Foi a morte do seu filho
Um inocente bebezinho
Com meses de idade
Pois abalou de verdade
E o poeta chorou sozinho

Antônio Frederico de Castro Alves * 1847 + 1871
Nascido também na Bahia
Na cidade de Curralinho
Mudou de nome a cidadezinha
Castro Alves afinal
Homenagem ao genial
Pela inteligência que tinha

Estudou direito em Recife
Depois veio prá capital
Bandeirante e aqui
Com seu cunho social
A favor dos oprimidos
Dos menos favorecidos
Vivenciou fato real

O poeta dos escravos
Foi morar em Salvador
Vinte e quatro anos porém
O mestre e declamador
Também pela boêmia
Esse herói da poesia
Se foi tão cedo senhor

Joaquim Manoel de Macedo * 1820 + 1882
Nasceu em Itaboraí, no Rio
Formou-se em medicina
Pra exercer, desistiu.
Fundou a revista Guanabara
Uma atitude tão rara
Nova vocação surgiu

José Martiniano de Alencar * 1829 + 1877
De “Mecejena” no Ceará
Cursou direito em São Paulo
E em jornal foi trabalhar
Redator chefe porém
Mudou o rumo também
E na política foi entrar

Foi Ministro da Justiça
Mas ficou desapontado
Queria ser Senador
Mas ele foi descartado
O Imperador rejeitou
Então ele se afastou
Deixou política de lado

A tuberculose veio
Tão cedo lhe procurar
Era “comum” tal doença
Pois vinha sem avisar
Faleceu no Rio de Janeiro
O escritor brasileiro
Nobre José de Alencar

Alfredo d’Escragnolle Taunay * 1843 + 1899
Nasceu e morreu no Rio
Participou da guerra do Paraguai
Um militar deste Brasil
Foi Deputado e Senador
Eu afirmo pro senhor
Que da política desistiu

Bernardo Joaquim da Silva, * 1825 + 1884
Guimarães era mineiro
Ele nasceu em Ouro preto
Solo pátrio verdadeiro
Também estudou direito
Foi boêmio e com jeito
Um romancista faceiro.

Bernardo Guimarães,
Assim ele assinava
No romance regional
Ele então se destacava
Paisagens do seu país
Fazia ele tão feliz
Que com amor relatava

Manoel Antônio de Almeida * 1831 + 1861
Nasceu no Rio de Janeiro
De origem pobre, estudou belas artes
Medicina e redator de um jornal Brasileiro
“Memórias de um Sargento de Milícias”
Foram palavras primícias
Do seu titulo primeiro

Aloísio Tancredo
Gonçalves Azevedo * 1857 + 1913
Nasceu lá em São Luiz
Terra de amor e segredo
Aos vinte e quatro anos de vida
Já iniciava na lida
De escritor sem ter medo

Raul D’avila Pompéia * 1863 + 1895
Nascido em Angra dos Reis
Estudou em colégio interno
E teve a inspiração talvez
De ter escrito “O ATENEU”
Esse foi o trabalho seu
Que mais importante se fez

Suicidou-se no Rio de Janeiro
Numa noite de natal
Talvez de tédio, tristeza
Desamor e coisa e tal
Morria breve o escritor
Será que foi por amor?
Não pesquisei afinal

Joaquim Maria
Machado de Assis * 1839 + 1908
Nasceu e morreu no Rio
Frequentou a escola, foi feliz
Apenas a fase primária
Não é rima imaginária
È o que a história diz.

Foi tipógrafo e revisor
Colaborador de jornais
Casou-se com Coralina
Xavier de Novais
Influenciando sua vida
Na escrita e na lida
Nos contos intelectuais.

Machado de Assis, sem duvida
É para o mundo com certeza
Um dos maiores escritores
Da nossa língua portuguesa
Conto, prosa, romance, poesia
Era o que sobre mais escrevia
Com sabedoria tão acesa.

Olavo Brás Martins dos Guimarães * 1865 + 1918
Bilac, um nome comprido
Fez medicina e direito
Nenhum, porém concluído
Dedicou-se ao jornalismo
Poeta do Parnasianismo
Sujeito muito sabido

É de sua autoria
A letra do hino da bandeira
Príncipe dos poetas brasileiros
Com honraria certeira
Pela revista fonfon
Foi eleito, pois seu dom
Será lembrado à vida inteira.

Era do Rio de Janeiro
Onde nasceu e morreu
Da Academia Brasileira de Letras
Ali também tem o dedo seu
Pois foi membro fundador
Com outros de igual valor
Grande marco então se deu

Raimundo da Mota * 1859 + 1911
Azevedo Correia
Nasce também no Maranhão
Assim a história me clareia
Suas obras em poesias
Uma delas “Sinfonias”
Queira pesquisar e leia

Antônio Mariano * 1857 + 1937
Alberto de Oliveira
Em Palmital de Saquarema
Rio de Janeiro festeira
Ali nasceu esse poeta
Com sonetos em rima certa
Também ocupou uma cadeira

Herdou de Olavo Bilac
Por seus versos tão certeiros
Também o titulo de príncipe
Dos poetas Brasileiros
Tendo estudado medicina
A história assim me ensina
Narrar fatos verdadeiros

O João da Cruz e Souza * 1861 + 1898
Em Nossa Senhora do Desterro
Atual Florianópolis
Lá nasceu, digo sem erro
Era filho de escravos
Alforriados e bravos
E em Sitio foi seu enterro (MG)

Foi professor e jornalista
Também sofreu preconceito
Mas venceu essas barreiras
Com educação e jeito
Mostrou que tinha valor
E não seria pela cor
Que lhe negariam respeito

Afonso Henriques da Costa Guimarães * 1870 + 1921
Nasceu, portanto em Ouro Preto
Em São Paulo estudou
Fez faculdade de direito
Dedicou-se ao jornalismo
Tinha nos versos um misticismo
Sabia fazer bem feito

Poema de Alphonsus de Guimaraens
Por sinal mais conhecido
Sem duvida é “ISMALIA”
Vi um tom entristecido
Como se um grande amor
Após causar-lhe forte dor
Pro céu teria partido.

Afonso Henriques Lima Barreto * 1881 + 1922
Nasceu e morreu no Rio de Janeiro
Frequentou a escola politécnica
E não concluiu por inteiro
Pois seu pai passava mal
Por uma doença mental
Pensou na família primeiro

Ele então foi trabalhar
Para ganhar o sustento
Exercendo jornalismo
De onde ganhava o provento
Varias vezes internado
E num hospício cuidado
Do alcoolismo nojento

Euclides Rodrigues Pimenta * 1866 + 1909
Da Cunha, grande escritor
Nasceu em Canta Galo (RJ)
Também no Rio se formou
Foi militar, engenheiro
Um jornalista Brasileiro
Homem de muito valor

Os sertões é sua obra
Por todos bem conhecida
Narra a guerra de Canudos
Marcou também sua vida
Pois acompanhou de perto
E relatou muito certo
História de gente sofrida.

Sofrida pela covardia
De centenas contra poucos
Que deixaram na caatinga
Os perseguidores Loucos
Mas os canhões dizimaram
Em pouco tempo arrasaram
Em meio aos gritos roucos

É de mil novecentos e dois
O Grande livro “OS SERTÕES”
Outros livros então vieram
Que agradaram corações
Euclides foi assassinado
No Rio de Janeiro Sepultado
Com grandes lamentações

José Bento Monteiro Lobato * 1882 + 1948
Paulista do Interior
Na cidade de Taubaté
Nasceu o grande escritor
A literatura infantil
As lendas deste Brasil
Narradas com muito amor

Lá nos Estados Unidos
Por quatro anos ficou
Como adido comercial
Pro Brasil depois voltou
Lutou por interesses Nacionais
Contra explorações naturais
E isso lhe prejudicou

Por defender seu pais
Pegou seis meses de prisão
Durante o Governo de Getúlio
Ocorreu o fato então
Mas eles nunca conseguiram
E por muito insistiram
Mas não mudaram sua opinião

Quer conhecer sua obra?
Então vá logo pesquisar
Procure em Bibliotecas
Para melhor se informar
Um grande acervo de fato
Deixou Monteiro Lobato
Que vale a pena estudar

Augusto Rodrigues Carvalho dos Anjos * 1884 + 1914
Em Engenho Pau D’arco ele nasceu
No estado paraibano
Até os vinte e quatro anos viveu
Formou-se também em direito
E não sei por que o sujeito
A função nunca exerceu


Foi diretor de grupo escolar
Em Leopoldina, Minas Gerais
Lá morreu aos trinta anos
Se foi tão cedo demais
Debilitado e tuberculoso
Esse poeta talentoso
De relatos especiais

Vou encerrando por aqui
Espero que esta leitura
Tenha para ti servido
Como fonte de cultura
Em cordel aqui narrei
Com respeito homenageei
Os MESTRES DA LITERATURA

Num futuro próximo eu
Darei continuidade
Falarei de Manoel Bandeira
De Carlos Drummond de Andrade
Murilo Monteiro Mendes
Eu sei que tu compreendes
Meu verso de pura verdade



Caminhando na pesquisa
Avancei no conhecimento
Repasso no meu versar
Luta sonho e pensamento
Orgulho-me em ser poeta
Sou feliz neste momento

Sou um brasileiro nato
Inspirado na poesia
Lutando, sobrevivendo
Valorizando e conhecendo
A fonte da minha alegria

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

O QUE É A POESIA?


quarta-feira, 5 de outubro de 2011





O QUE É A POESIA? CARLOS SILVA / EDVALDO ROSA
O QUE É A POESIA?




Autor: Carlos Silva

A poesia é o modo mais sagrado e mais estranho de achegar-se a Deus.
É a gota d'agua viva, necessária pro viver.
É o rejuvenescer da floresta numa manhã de outono, é deixar se banhar, pelos filetes de raios de sol teimosos por entre as folhas, caídas onde o verso ampara e sustenta o sopro suave da brisa do pensamento.
È tentar traduzir-se, numa imersão d'alma.
A poesia é essa incompreensão onde todos dizem algo, mas ninguém é capaz de discernir o que realmente é a poesia, pois o sentir do viver é por si só uma grata poesia.
É um resto de mim, em vários pedaços de Eus, tácitos, confusos, alertas, despertos, nuns ajuntados de mins.É o invento da filologia, que nem Freud, Newton ou Shakespeare, seriam capazes de nutrir as mentes "perguntantes" pois nem mesmo eles, poderiam explicitamente dizer, o que é a poesia.
È um fardo leve, nos pesados caprichos das palavras soltas, que prendem a atenção de quem pratica a poesia.
Tentem compreender um poeta, e juntem-se ás filas dos que almejam uma vaga nos manicômios.

Carlos Silva - Um resto de toco queimado, um taco de verso emanado, um vate num verso narrado, um escrevedor misturante das palavras, um filólogo amatutado, formado na escola da vida, diplomado nas esquinas, entre putas, bêbados e loucos boêmios a ávidos por viver a bendita poesia.




O QUE É A POESIA?

Edvaldo Rosa


A poesia é uma busca da alma em expressar-se, usando da melhor forma os materiais que tem a mão, as palavras, para este fim... Usa as palavras em construções elaboradas e em construções despretensiosas buscando fazer-se entender...
A poesia assim ultrapassa as barreiras conceituais inerentes da palavra escrita, buscando definir e descrever, entre outros fins, o que apreende da vida, através da decantação de seus sentidos... É um esforço humano de expressar o que lhe toca a sensibilidade da alma! E suas inquietações...
A poesia ao mesmo tempo em que denota uma realidade palpável, assume inúmeras conotações diante de um leitor atento, ativo. Pois, a sua própria vivência soma-se á poesia lida, fazendo com que ela já não seja a mesma, em significado, de quando foi elaborada!
Um poeta é um artesão que escolhe certas palavras em detrimento de outras para o fim de construir a sua poesia... E assim, cria “uma tapeçaria” com textura, matizes, própria e inerente aquele momento de sua elaboração... Mas um poeta tem controle absoluto sobre a sua criação? A poesia não assume novos aspectos consoantes a cada um de seus novos leitores ativos?
A poesia é quase sempre, uma tentativa de se ver o mundo sob outra ótica; aquela que enxerga um algo a mais em tudo!
Ela tem em si vários elementos que concorrem para a sua elaboração; sentimentos, necessidades, elementos oriundos do meio em que o poeta vive; culturais, sociais, dos quais faz um apanhado, uma síntese... Ou ainda é uma abstração, um produto do imaginário...
Seja como for, a poesia transcende a própria natureza que lhe deu forma!
Ainda mais, quando pensamos que ler é fazer uma colheita misteriosamente prazerosa!
E para acirrar esta conversa sobre o poeta e a poesia, transcrevo uma citação que a muito me intriga: “O poeta usa as palavras para definir, descrever e expressar um universo para o qual as palavras não foram feitas.” De Mustafá Ali Kanso – Poeta de Curitiba.
Se o poeta usa de meios inadequados para fazer-se entender, quanto ao que sente, quanto ao que vê, o faz da mesma forma que todos os homens desde a Gênese, tateia inconscientemente, com sentidos inaptos a própria consciência de Deus!

Edvaldo Rosa, poeta da cidade de São Paulo quase sempre cinzenta, nem sempre fria, nem acalorada... Que busca na poesia um modo a mais de olhar a própria vida, e o que esta realidade citadina, faz com ela!

Sobre os autores citados nestes comentários:

Carlos Silva – Poeta, Repentista, Cantor
www.aloartista.com
www.traquejo.com.br
Poetas Del Mundo
www.becodospoetas.com.br

Email para contato: carlossilvampb@yahoo.com.br

Edvaldo Rosa – Poeta, escritor
www.sacpaixao.net
http://edvaldorosa.blogspot.com
http://www.recantodasletras.com.br/autores/edvaldo
www.becodospoetas.com.br

Mustafá Ali Kanso – Poeta de Curitiba
Organizador da Oficina Literária de André Carneiro
Contato: prof.musta@gmail.com

“MINHA LEMBRANÇA DE VIDA, RETRATADA EM MINHA LEMBRANÇA ESCOLAR”




Raimundo, Celia e Carlos.
Dedico aos meus irmãos: José Raimundo da Silva e Maria Célia da Silva Monteiro Foto em 1971

“Três vidas divididas em muitos sonhos”
Três vidas, três destinos três incertezas de sobrevivências em terras e casas alheias.
Mais de três momentos carregados de tantas dúvidas e lágrimas secas solitárias arrastadas pelos ventos das incógnitas que nos cobriam os pequenos olhares.
Órfãos de Mãe viva, e de pai na estrada na boleia de um caminhão lutando para o sustento das três vidas, e outras tantas.
Gritos roucos chamando mãe, mas esta, pela distancia, não nos escutava e jamais poderia atender aos apelos de filho no chamamento sofrido do carinho, ora tão sonhado. Não mais acalantos, palavras doces “hoje” divididas no amargo da vida.
Quem vem lá? É a saudade em choro repartido em três dissonâncias de sentimentos de perda e solidão.
Noites compridas frias e tristes. Dias arrastados pela dor da inocência de não saber o que estava acontecendo. Porque os olhares são tão hostis? Qual o motivo da minha culpa desculpada pelos olhares das pessoas a nos encarar?
Vidas negadas de afeto materno visceral, uterino, placentioso. Hoje o choro é a nossa melhor companheira e os nossos sonhos são as vontades de abraçar mamãe, minha mãe ou mainha, que todos aqui tinham e nós... Não.
O destino roubara-nos o direito do afeto materno real, e o olhar triste até então, estende-se como marca para que jamais esqueçamos a dor da perda em lágrimas secas deitadas na terra quente da angustiante separação de corpos, almas e vidas em sonhos tantos.

Raimundo (51 anos)– Residente em Feira de Santana já é avô tem três filhos
Célia (49 anos) – Reside em Santo André SP tem dois filhos
Carlos Silva (48 anos) – Reside ora aqui, ora acolá, se desfaz das lembranças em poemas versos e canções executadas em tantos tablados desse chão chamado Brasil. Tem cinco filhos.
“Hoje, onde pousam os meus pés, repousam os meus sonhos”.
Itamira- Ba 10 de Outubro

"PROMESSAS DE CANDIDATOS"




















Quem dera compreendesse
Para melhor entender
Como pode o ser humano
No mundo querer viver
Praticando a maldade
E a desonestidade
Para chegar ao poder

Em tempos de eleição
Todo mundo é bonzinho
Parceiro bom camarada
Honesto e direitinho
No bolso juntando cobre
À custa do povo pobre
Em troca de um votinho

Eu prometo dentadura
Chinelo e um bom vestido
Sapato pro menorzinho
Casaco curto ou cumprido
Eu dou roupas pro seu avô
Basta ser meu “Eleitô”
Convença o seu marido

Prometo e vou cumprir
As promessas de campanha
E afirmo para todos
É o eleitor quem ganha
Eu serei bom candidato
Não aceitarei contrato
Pra quem vive de barganha

Eu sou um Homem honesto
Quero chance pra mudar
E lhes digo com certeza
Você pode me cobrar
Serei seu representante
Unidos vamos avante
Basta em mim você votar

Deles eu sou diferente
Filho de gente direita
Meu sobrenome é tradição
Gosto da coisa bem feita
Vou ganhar a eleição
E se lá tiver ladrão
Vou quebrar a sua treita
È meu primeiro mandato
E sei que não serei igual
A quem já tem vinte anos
Metido no lamaçal
Enganando nossa gente
Com jeito incompetente
Pensando ser maioral

Mete o pau no prefeito
Mas já aceitou propina
Conchavos feitos de noite
Distribuiu gasolina
Transferiu voto adoidado
Esse corrupto safado
Diz que é pessoa fina

È trambiqueiro safado
Não ajuda a ninguém
Passa a perna em todo mundo
De tudo um pouco ele tem
E vive fazendo planos
Pois daqui a quatro anos
Cheio de promessa vem

È dono de boa parte
Da sua bela cidade
Eu não posso descrever
A sua deslealdade
A todos vive sorrindo
E o povo todo caindo
No laço da falsidade

Promete bolsa escolar
Ao filho do necessitado
Aposenta até defunto
Pois recebe um trocado
E que se lasque a nação
Essa sua enganação
Vai durar inda um bocado?

Dá açúcar e feijão
Carne sal óleo e jabá
Monta sua cesta básica
Um pouco aqui e acolá
Segue plantando mentira
Na cidade de Boquira
E também em Itará


Ele dá sacos de cimento
Tijolo, porta e janela.
Telha, bloco, arame, brita.
Caibros ripas e gamela
Promete o que puder
O que o eleitor quiser
Até cair na esparrela

Vou levar o calçamento
Luz e água encanada
Creche e escola decente
Para toda meninada
Vamos trazer a cultura
De forma rica e pura
Aqui não vai faltar nada

Eu e os novos camaradas
Vamos varrer a cidade
Da dita corrupção
Que maltrata de verdade
O meu povo está comigo
Não temo nenhum perigo
Tenho amigos de verdade

Essas são algumas promessas
Que faz o tal vereador
Pensando que é prefeito
Ou o administrador
E assim vai enganando
E o povo acreditando
Em palavra sem valor

Paga pinga para todos
Fala alto cospe no chão
Sai abraçando o povo
E dá tapa no balcão
Gritando já confiante
Na peleja triunfante
Para a próxima eleição

Pega criança no colo
Beija senhoras e donzelas
Aperta mão de todo mundo
Chamando as feias de belas
E ainda vai dizendo
Você está merecendo
Fazer teste pra novelas

A feia esboça um sorriso
Mostrando a boca banguela
Abraça o “bom” candidato
Ele torna abraçar ela
E a sujeita toda aflita
O prometente acredita
Já ganhou o voto dela

Pra enganar o eleitor
Não precisa ter estudo
Basta prometer que faz
Ele acredita em tudo
Enfeite bem a oratória
Invente criando historia
Mantendo o coitado mudo

E nunca diga ao votador
Que a situação tá feia
Elogie a sua luta
Convide-o para uma ceia
Se não o voto perderás
E nas urnas tu verás
Como se leva uma peia

Ofereça-lhe churrasco
Cachaça e pisadinha
Arrocha e o tal axé
Pagode e outra coisinha
Ande com ele abraçado
Indo pra tudo que é lado
Dando uma risadinha

Chame logo um retratista
Tire foto abraçado
Se tiver alguém filmando
O compromisso tá firmado
O cabra traz tanto voto
Vira de você devoto
E estará sempre ao seu lado

Depois que você vencer
Mande o sujeito se lascar
Afinal você agora
È um Homem popular
Está junto ao prefeito
Procure então dar um jeito
E sua vida vá arrumar

Aprove tudo que vier
Sendo fiel ao gestor
Apoie as contas e atrase
Salário de professor
E a suplementação
Assine e discuta não
E que se lasque o eleitor

Pra que cidade arrumada
Com toda infraestrutura
Se o importante mesmo
É ganhar da prefeitura
O salario e a propina
Tudo que vier combina
Mas não fale em cultura

Pois cultura tem um povo
Que pensa e faz pensar
Leva mensagem de novo
Pro eleitor acordar
E se este fica esperto
Agente vai pro deserto
Pois ele aprende a votar

Não tenha pena de ninguém
Todo Homem tem seu preço
Uns não valem quase nada
Pague e mostre seu apreço
E diga pra todo mundo
Com sentimento profundo:
O seu voto eu agradeço

Pobre em tudo acredita
Basta se falar bonito
Prometer mais do que deve
Inflamar em forte grito
E todos sairão dizendo
Nesse sim vou elegendo
Pra não ver o povo aflito

É assim desde o principio
Que aqui teve eleição
Os coronéis mandatários
Daqueles tempos então
Comprava o eleitor
Que chamava de Doutor
O Aspirante a ladrão

Coiteiros de assassinos
Escondiam malfeitores
Pois sabiam muito bem
Defender os seus valores
E assim iam comprando
A preços baixos pagando
Um punhado de eleitores

Será que algo mudou
Nesse solo brasileiro
O que o Homem é capaz
De fazer pelo dinheiro?
Vende a mãe também o pai
E desse jeito ele vai
Se corrompendo por inteiro

Diga-me em quem tu votas
Que eu ti direi quem é
Essa é a filosofia
Do “Progresso em marcha á ré”
Eu vi em muitas cidades
Matarem boas amizades
Perder dos amigos a fé

Trocar por voto é burrice
Uma grande amizade
Mas isso é quase normal
Foi o que vi numa cidade
O titulo é passaporte
Pro seu azar ou sua sorte
Botando á prova a lealdade

E por isso meu amigo
Voto em quem eu bem quero
Espero fazer o certo
Isso é o que mais espero
Eu não voto em partido
Mas no caráter escolhido
Acredite isso é “vero”

Eu nunca tive em minha vida
Tanta consideração
Quanta gente me sorrindo
Apertando a minha mão
Pensam que eu sou otário
Querem ganhar do proletário
O meu voto na eleição

Eles querem o salário
È tão certo e verdadeiro
Mas não me falam de planos
Nem o que farão primeiro
Qual sua prioridade
Que farão nessa cidade
Como disparo certeiro?

Emudecem, pois não tem.
Uma resposta para dar
Um bando de gente louca
Querendo tudo mudar
È a corrida do ouro
Parece boiada em estouro
Tentando me tapear

Não voto em Tiriricas
Porque eu não sou palhaço
Meu voto é consciente
Acredito no que faço
Tento não me corromper
Pra mais tarde não sofrer
Com meu pescoço no laço

Gente que não tem discurso
E nem sabe o que dizer
É pau mandado de alguns
Que adoram o tal poder
È tradição familiar
Ajudam desgovernar
E só faz o povo sofrer

Há quantos anos é assim
E o povo devendo favores
E ricaços ignorantes
Encurralam os eleitores
Manipulando a historia
Desviando a trajetória
Do progresso em horrores

È uma falta de respeito
Cambada de ignorantes
Que acham que compram tudo
Monstros bem deselegantes
Um bando de oportunistas
São tremendos vigaristas
Metidos a importantes

Mas a miséria traz votos
Pois pobre vive pedindo
Com um emprego prometido
Já vão logo se iludindo
Quatro anos no mandato
Então o “bom candidato”
O bolo vai repartindo

A saúde e educação
Cultura turismo lazer
Que diabos será isso?
Eles nem querem saber
O que vale é o pagamento
Pra garantir o sustento
E o bom emprego manter

O povo com pouca coisa
Ilude-se é bem verdade
Se vende muito barato
Perde a capacidade
De luta e de esperança
De levar tapa não cansa
Esta é a realidade

A cada dois anos vem
Um punhado de promessa
Toda eleição é assim
Sempre a mesma conversa
Quando não é pra prefeito
O Deputado com jeito
Logo vem e entra nessa

E assim pra presidente
E também pra senador
O congresso fica cheio
De beldades de valor
Mas a mente logo esquece
Os caras nem agradece
Ao desgraçado do eleitor

Esse ultimo nem lembra
No candidato que votou
Pois alguém disse pra ele
E com jeito lhe enganou
A cola na palma da mão
O coitado leva então
E seu voto confiou

E o nome do candidato?
Não interessa doutor.
Isso é o que pouco importa
Pro nosso bom eleitor
Ele atendeu ao pedido
Do seu padrinho preferido
Ou do seu corruptor

Nobre eleitor amigo
Conserve dignidade
Veja o que é melhor
Pra sua comunidade
Não eleja aventureiro
Que só quer rapar o dinheiro
Da nossa bela cidade

Vote em quem você quiser
Mas sempre com esperança
De ver a sua cidade
Alcançar sempre a mudança
Quando o povo está unido
Jamais será iludido
E objetivo alcança

Não sou cabo eleitoral
Mas tenho meu candidato
Meu voto é tão secreto
Que acredito de fato
Que votarei no melhor
Talvez no menos pior
Este é o meu fiel relato

Vota Brasil de verdade
Vota povo brasileiro
Vota com o coração
Vota com voto certeiro
Vota com dignidade
Vota pra tua cidade
Ter um gestor verdadeiro

Acredito que o seu voto.
Pode mudar o país
E fazer da sociedade
Seguir nova diretriz
Pois o povo consciente
È também inteligente
Tem fibra e é feliz

Mude a concepção
Não se venda por favor
Tua cidade necessita
Desse teu sincero amor
Mostre para todo mundo
Que você ama a fundo
O teu belo interior


LIVRETOS PUBLICADOS POR CARLOS SILVA
1. O Brasil visto com outros olhos (2001)
2. Combatendo a exploração do trabalho infantil (2002)
3. Me sinto feito menino nessa terra abençoada (2003)
4. Encontros no além (2005)
5. Euclides o libertador (2006)
6. Mestres da Literatura (2007)
7. O nordeste Brasileiro (2007)
8. Combatendo a dengue (2009)
9. A cidade de Inhambupe (2010)
10. Os cem Zés de Itamira (2011)
11. Itaporá ou Apomira (2011)
12. Patente do Capitão (2011)
13. Manihot – Casa de Mani (2011)
14. Aplb – Núcleo Aporá (2011)



Cada um vota em quem quer
Aperta o botão correto
Rejeita a coação
Luta pelo lado certo
O teu voto vale muito
Se o sonho estiver aberto

Só se vence a batalha
Imprimindo inteligência
Lutar pela liberdade
Valoriza a identidade
Aprimora a sapiência





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terça-feira, 4 de outubro de 2011

PATATIVA

http://www.youtube.com/watch?v=3320mCajd-I

"VERBO EM VERDADE"




(foto Kalmax)













Um dia, pensei comigo
Deixarei de ser poeta
E a frase mais correta
Que direi a um amigo
È que tive por castigo
A rima tão companheira
Subi e desci ladeira
Com um verso em meu peito
E sempre que tinha jeito
Abraçava o violão
Entoava uma canção
Dava um mote perfeito

Procurei por tanta gente
Que não quis me procurar
Nem se quer quis escutar
A minha loa plangente
Com jeito bem “agrestente”
Eu disse: sou cantador
Me escute por favor
O meu verso sertanejo
Parece ter um lampejo
Do grito de Lampião
Isso é coisa do sertão
Tudo que olho rima vejo

Mas eu cá fico calado
Vendo versos avoar
Muita gente prosear
Mas estão bem ocupado
De ouvir o meu recado
O meu modo de cantar
A rima pode ser torta
Mas pretendo consertar
E se assim ela torar
A estrada fica comprida
Mas guardo na minha lida
A vontade de “amostrar”

São cantantes os meus versos
Turvos são os meus recados
Se deixo alguns avexados
Vuando noutros universos
Como nos gestos reversos
Estendo a minha desculpa
Da alma que guarda a culpa
Do verso de um trovador
Um violeiro cantador
Das modinhas do sertão
Cantadas com o coração
Versadas com muito amor

Assim sou, nobre Brasil
Um filho deste torrão
Cuja bela profissão
È ser um tanto arredio
Mas com amor bem varonil
Debulhando a rimagem
Retratando em mensagem
Para muitos escutar
A trova que vou cantar
Em verso rima ou loa
Creia que não é a toa
Minha maneira de versar

Não nasci pra puxar saco
De fala da puta nenhum
Não sou de tal tum tum tum
Sou forte pra não ser fraco
Fundura é pouco buraco
Cara feia pra mim é fome
Carlos Silva é meu nome
Sou paulista abaianado
Canto xote e xaxado
Fui criado no agreste
Sou também cabra da peste
Sujeito bem despachado

E quem não gostar de mim
Nada eu poderei fazer
Trate então de viver
Vá plantar noutro jardim
Pois meu verso é assim
Não exprime falsidade
Sou matuto na cidade
Cantador e cordelista
Trago n’alma de artista
A prosa do cantador
Aluno e não professor
Mas de cunho realista

Sou do mangue e da favela
Do asfalto e do torrão
Piso firme nesse chão
Inventando aquarela
Pois a vida é tão bela
Fellini Assim afirmou
A real ele mostrou
No mundo da fantasia
Despejar a alegria
Esquecendo a maldade
Que o Homem por crueldade
Tanto praticou um dia

Piso forte nesse chão
Pois sei que ele é meu
Meu verso não se rendeu
Nem em troca de um pão
Já convivi com ladrão
Que queria me roubar
Cansei de acreditar
Em promessa deslavada
Hoje sigo minha estrada
Com a fé no Deus divino
Mas ainda sou menino
Seguindo minha jornada

Já usei terno e gravata
Tentando sobreviver
Sufoquei-me pra valer
No meio daquela nata
Mediocridade chata
Em busca do tal salario
Que oprime o Proletário
Impedindo-o de pensar
Muitos para comandar
Estes nossos curtos passos
Em meio aos embaraços
Resolvi me libertar



E por aqui vou ficando
Sem causar constrangimento
Não gosto de fingimento
Quero estar colaborando
E assim eu vou trovando
Com respeito e com verdade
Quem gosta de falsidade
È morto que não tem vida
È fraco podre na lida
Não diga que é poeta
Tua lingua é a seta
Da rima pobre e perdida

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

"BIO NORDESTINAGEM"











Quem sou eu seu moço?
Sou um turista forçado na bancada de um pau de arara, despejado por aqui ha muitos anos atrás, quando o frio cortava feito navalha quem de muito longe trazía uma camisa "volta ao mundo", e um monte de sonhos perdidos num matulão improvisado amarrado com imbiras colhidas no serrado.
Quem sou eu seu moço? um dormidor por sobre sacos de cimento, para fazer a tua luxuosa morada.Sou aquele, que com alcool numa "espiriteira" improvisada aprontava a gororóba amarga e tão longe de ser considerada uma verdadeira refeição merecida, após um exaustivo dia de labuta, em que a
sobremesa, era uma banana mergulhada na farinha para dar maior sustento.
Sou um equilibrista nos andaimes da vida lutando para o destino não me lançar ao chão da discriminação.Sou aquele, que por descaso ou deboche, tu me chamavas de baiano, sem nem se quer saber a minha naturalidade.
De onde eu vim,tem mais oito estados empobrecidos (aos teus olhos) pela riqueza de quem tanto lhes exploram.
Sou aquele, que construiu a tua casa, mas que hoje, nem na calçada atrevo-me pisar.Não posso queixar-me tanto; pois me lembro que Jesus (O Santo filho de Deus) era carpinteiro e só pregava o amor e a bondade.`Porém, numa cruz amadeirada pelo Homem, foi crucificado,humilhado e morto.
Mas doutor, em cada vão da tua casa tem um dedo meu, uma gota de suor caida, num canto qualquer,uma lágrima que lavou minha saudade, ao lembrar de quem bem longe um certo dia (carregado de ilusões) para traz deixei.
Eis-me aqui doutor, humilde, mas sem aceitar humilhação sua ou de qualquer um desses teus amigos que acham que cabras como eu, nasceram apenas para te servir.
Trago orgulho da minha NORDESTINIDADE, Escrevo a minha NORDESTINOGRAFIA como forma de Brasilidade,Pois toda NORDESTINOLOGIA, hoje ensina a quem nunca se ligou para aprender o que é ser Brasileiro de fato.
O meu NORDESTINAMENTO doutor, é forte descrito por Euclides da Cunha ao acompanhar de perto, o massacre covarde de um povo. E devo lhe dizer: No mundo, não há NORDESTILOGRAFO mais inteligente, que o matuto que planta em terra dura, o sonho do seu proprio sustento, e que não está nem ai para o que o senhor pensa dele.

"SERTANEJANTE"



Raimundo, Célia e Eu (O mais bonito)











Na simplicidade versativa da minha filologia, desnudo por entre versos a essencia da mais bela paisagem versativa, numa viagem pelo meu sertão agrestino tão meu e brasileiro.
Sou um toco de jurema brotando por entre o gravatá da caatinga, o florescer de uma nova cantiga chamada poesia, desfilando pelas veredas abertas da minha inspiração, o dom mais sublime em descrever o meu torrão amado.
Hoje, (aquilometrado pela distancia) sinto o cheiro da saudade aperfumar o meu sentido mais íntimo de vontade de pisar de novo neste sagrado solo.
Em meio a violeiros tantos, rimadores repentinos,cantantes de diversoa modas entoando cultura popular em cada acorde ou nota soprada ao vento.Sou um pedaço de tudo isso, beiçando as iguarias mais gostosas do meu lugar,
Um açude, um pé de serra, um tanque grande bem maior que meu sonhar, desaguando minha meninice teimando as ordens de mamãe corretivas em não banhar-me por ali.
Ahhh saudade. Porque teima em cutucar-me o juizo?.
Visto que antes, os versos de duplas como Dadinho e Caboclinho,a tocante sanfona de Josa vaqueiro do sertão, Marinês e sua gente numa lonagem de circo de rua, me faziam sonhar com o mundo das artes e do entretenimento.
Eram teatros abertos aos olhos imagináveis de vontades despertando em cada pulsar o querer ser também eu a estar ali Arteando para o povo ver e ouvir.
Onde estão as duplas de meio de feira, o gritar estatalado do propagandista oferecendo suas ervas de tudo quanto era cor?
Onde está a infantilidade doutrora que hoje me faz passear pelas letras o meu sentir?

Se a vida é também para ser lida,elevo meu pensar nos sertões de Guimarães cheirando todas as rosas da busca.
Feito Fabiano, bebo em fontes de esperança o meu viver, evitando a secura e a cegueira do não encontrar.
Ahhh meu sertão amado, cercado de tantos diferentes sotaques e longe de refinos gramaticais. Amo a tua simplicidade sertanica e o teu jeito mais puro de ser e sentir, pois assim, mutuamente, nos completamos a cada palavra solta.
Entre o sertão e eu, não carece tanto ismo pois nos aceitamos e nos acostumamos nessa cumplicidade de ritos, mitos e gestos tão nossos, de nosso povo suado e sonhante sem exigir da vida, mais do que o necessário para viver.
A labuta bruta me basta e assim em cada pedaço de mim vivido, tenho Itamira-Ba,como fonte inspiradora do meu viver.

Matança aprovada

Quer ver o que é o ser humano:

Click nesse link
http://www.anda.jor.br/2011/03/29/canada-autoriza-ao-assassinato-de-268-mil-filhotes-de-foca-em-2011/#comment-99264

"O VALOR DE UM CORRUPTO"













No Brasil meu camarada
Lá se vem outra eleição
Um punhado de promessa
Mas não vemos solução
Eu calado me pergunto
Que será desta nação?


O mundo está virado
O dinheiro predomina
Tudo ao seu bel prazer
Quando rola a propina
O poder sobe á cabeça
E a muitos contamina


Os tratados que são tantos
Já não trata de ninguém
O que vale é a cobiça
A ganancia sempre vem
Trazendo inpunidade
Massacrando a humanidade
Do jeito que lhes convem



Mas amigos uma coisa
Tenho eu cá com certeza
Deus irá cobrar de todos
Que acham que é esperteza
Financiar a guerra imunda
Provocar fome profunda
Retirando pão da mesa


Do pobre no mundo inteiro
Que sonha com liberdade
Mas liberto sem comer
Creio não seja a vontade
Desse povo que é sofrido
Destratado e oprimido
Por falta de irmandade

Dinheiro não se mastiga
Não mata fome de ninguém
Nunca vi alguem comendo
Uma notinha de cem
Quando acabar o dinheiro
Então você verá ligeiro
O peso que o castigo tem



Deus é moeda de troca
Jesus, ninguem acredita
O que vale á a grana
O ambicioso grita
E acaba tendo o castigo
Da sua vida maldita


Pois o dinheiro só compra
O que o tempo corroi
E a mente do ganancioso
Pouco a pouco se destroi
Quando ele cai na cama
Ou se joga la na lama
sente as dores que lhe doi



Dinheiro eu nunca tive
Não sei o valor que tem
Mas sendo eu ser humano
Me corromperei também
A podre humanidade
morre na ânsia da vontade
È isso que lhe convém

Ninguém está livre disso
Pois os prazeres atraem
Grana,furtuna "AMIGOS"
Na rede da miséria caem
È um ciclo vicioso
Altamente perigoso
Quem entram neles não saem


Se dinheiro fosse vida
Deus mandaria plantar
Para colher as moedas
Pra gente se alimentar
O mestre nos deu o trabalho
O Satanaz no " atrapalho!"
Ensinou vender e comprar

OLHO AMBICIOSO























OLHO AMBICIOSO DERRETE GELEIRAS
SUFOCA FLORESTAS
INPLANTA TRINCHEIRAS
DERRUBANDO CORPOS AO SEU BEL PODER

TRATADOS DESTRATAM A HUMANIDADE
PODER CORROMPIDO, TRAZ IMPUNIDADE
E O FRACO ASSISTINDO O FORTE CRESCER

COM VARIOS TRILHÕES QUE ALIMENTAM A GUERRA
NUTRIRIA A FOME QUE MATA ESSA TERRA
TROQUEM SUAS ARMAS, POR PEDAÇOS DE PÃO

DESTRUAM AS MINAS E DEIXEM PASSAR
CRIANÇAS COM SONHOS A REALIZAR
APAGUEM A TOCHA DO FEIO CLARÃO

RENEGAM A DEUS, TRAEM SEUS MANDAMENTOS
AVES DE RAPINAS TERÃO JULGAMENTOS
NA CORTE SUPREMA, TÃO CELESTIAL

ALI TEU PODER NÃO TERÁ VALIDADE
NESSE TRIBUNAL O SENHOR DA VERDADE
DARÁ A SENTENÇA NO JUIZO FINAL

PRA QUE GUERRA SANTA SE NINGUÉM DIZ AMÉM
E O HOMEM CAMINHA ESQUECENDO O BEM?

sábado, 1 de outubro de 2011

"IRRIGAÇÃO DE LÁGRIMAS"




"FALADO"
“Não pude virar as costas
E esquecer minha terra
Pois cada pedaço dela
Respira alma sincera
Ai sertão se eu pudesse
A Deus faria uma prece
Pra te dar um banho sagrado
Ver teu corpo orvalhado
Do jeito que bem merece”




(MÚSICA)

A força do sol cortava
Como navalha o chão
Até mandacaru secava
Se confundindo com o torrão
Da poeira que bailava
Onde o vento assobiava
A tristeza do sertão

Nuvem no céu não se via
Nem aboio se escutava
Chocalhos emudeceram
Nem se ouvia a passarada
Era um completo deserto
Eu vi tudo isso de perto
Seca feroz castigava

Somente uma gota molhava
E caia naquele chão
Brotou da maior tristeza
Que sufocou o meu coração
Minhas lágrimas transbordaram
Os meus olhos encharcaram
Querendo irrigar o sertão

"DIGA NÃO, AO HORÁRIO DE VERÃO"







Antonio Barreto, natural de Santa Bárbara/BA,
Professor, cordelista e indignado com o horário de verão







Essa idéia anacrônica

De alterar o fuso horário

É uma forma do governo

Ajudar ao empresário

Mas o povo de bom tino

Sabe que é desnecessário.

II

No Brasil não tem otário

Pra viver de imitação

Porque gente esclarecida

Aqui temos de montão

Então vamos boicotar

Esse Horário de Verão.

III

Esse Horário de exclusão

Alterando o dia-dia

Com o pretexto de auxílio

Para a nossa economia

É mentira mentirosa

Além de demagogia.

IV

Eu digo “Estraga Verão”

Nome bem apropriado !

Porque quando o galo canta

O pobre já tá acordado

Pra tomar o seu buzu

E sair desmotivado.

V

O patrão, muito folgado

Acorda tranquilamente

Por volta das 8 horas

Muito descansadamente

E só chega às 10 e meia

Para o seu expediente.

VI

E a criança inocente

Deveras sacrificada

Brigando com o fuso horário

Acorda na hora errada

Para estar dentro da escola

Ainda de madrugada.

VII

Esse horário então enfada

Nosso povo varonil

A classe trabalhadora

De Norte a Sul do Brasil

Que não deve mais sofrer

Com esse plano tão hostil.

VIII

A estação primaveril

Já começa com o calor

Depois o sol escaldante

Do verão abrasador.

O patrão fica sorrindo,

Sobra pro trabalhador !

IX

Perde muito o agricultor

De toda a zona rural

Já que a sua atividade

Não é artificial

Pois a sua produção

É pela luz natural.

X

O Governo Federal

Sabe que é um paliativo

Alterar o fuso horário

Sem razão e sem motivo.

Então deve o governante

Pensar bem no coletivo.

XI

Esse horário punitivo

Interfere de montão

No atendimento a bancos,

Nas viagens de avião,

De navio, de trem, de ônibus;

No rádio e televisão...

XII

Esse horário de Verão

Deveria ser brioso

Mas conforme as estatísticas

É deveras acintoso

Em vez de ser lucrativo

É mais que fantasioso.

XIII

Tal horário é desastroso,

É verdade, não invento

Porque ele economiza

Apenas quatro por cento.

Então chega de mentira

E tanto aborrecimento.

XIV

Quem possui discernimento

E também sabedoria

Sabe bem que o Ministério

Das Minas e Energia

Deve então racionar

É a sua anatomia !

XV

Chega de tanta utopia

Nesse Brasil de chacinas

De “roubanças”, injustiças

De buracos, de ruínas,

De tanto disse me disse

Que fere minhas retinas.

XVI

Não entendo “patavinas”

Desse ”horário oferenda” !

Vou pedir a Jaques Wagner

Que logo nos compreenda

E deixe nossa Bahia

Longe dessa reprimenda !

XVII

Eu quero ver quem desvenda

Os mistérios de Brasília.

Quem vai racionar salário

Quem vai ficar de vigília

Quem vai apagar as luzes

Quem vai comprar uma ilha !

XVIII

Gostei do Bolsa-Família

Porém quero muito mais.

Quero ver muitas usinas

Ao invés de carnavais !

E o Horário de Verão

Nos braços do Satanás !

XIX

Sei que Dilma é capaz

Na arte de governar

Expulsou aventureiros

Que queriam “racionar”.

Então desse “horário novo”

Peço para nos livrar.

XX

Eu não vou adiantar

Uma hora a todo dia

Vou deixar o meu relógio

Trabalhar em harmonia

Pois somente o empresário

Vai gostar dessa folia.

XXI

Chega de Filosofia

Cada qual na sua cabine

Que a vida me prepare

Que a Lua nos ensine

Que o Brasil tome “juízo”

Que o Sol nos ilumine !

XXII

Enquanto ninguém define

Vou dizendo sem demora:

Desse Horário de Verão

Nenhum brasileiro adora

Com exceção dos empresários

Que querem vê-lo na tora !

XXIII

Vou adiantar uma hora

Para ver o trem passar...

O Trem que não é das Onze

É um trem que vai chegar

Bem cheio de Consciência

Pra todo Parlamentar !

XXIV

Barreto vai retornar

A qualquer hora do dia

Reclamando do governo

Reclamando com harmonia

Esperando que o Brasil

Trate o seu filho gentil

Oferecendo alegria.



FIM



Salvador, 01/10/2011




Antonio Barreto

www.barretocordel.wordpress.com