quarta-feira, 19 de outubro de 2011

"PROMESSAS DE CANDIDATOS"




















Quem dera compreendesse
Para melhor entender
Como pode o ser humano
No mundo querer viver
Praticando a maldade
E a desonestidade
Para chegar ao poder

Em tempos de eleição
Todo mundo é bonzinho
Parceiro bom camarada
Honesto e direitinho
No bolso juntando cobre
À custa do povo pobre
Em troca de um votinho

Eu prometo dentadura
Chinelo e um bom vestido
Sapato pro menorzinho
Casaco curto ou cumprido
Eu dou roupas pro seu avô
Basta ser meu “Eleitô”
Convença o seu marido

Prometo e vou cumprir
As promessas de campanha
E afirmo para todos
É o eleitor quem ganha
Eu serei bom candidato
Não aceitarei contrato
Pra quem vive de barganha

Eu sou um Homem honesto
Quero chance pra mudar
E lhes digo com certeza
Você pode me cobrar
Serei seu representante
Unidos vamos avante
Basta em mim você votar

Deles eu sou diferente
Filho de gente direita
Meu sobrenome é tradição
Gosto da coisa bem feita
Vou ganhar a eleição
E se lá tiver ladrão
Vou quebrar a sua treita
È meu primeiro mandato
E sei que não serei igual
A quem já tem vinte anos
Metido no lamaçal
Enganando nossa gente
Com jeito incompetente
Pensando ser maioral

Mete o pau no prefeito
Mas já aceitou propina
Conchavos feitos de noite
Distribuiu gasolina
Transferiu voto adoidado
Esse corrupto safado
Diz que é pessoa fina

È trambiqueiro safado
Não ajuda a ninguém
Passa a perna em todo mundo
De tudo um pouco ele tem
E vive fazendo planos
Pois daqui a quatro anos
Cheio de promessa vem

È dono de boa parte
Da sua bela cidade
Eu não posso descrever
A sua deslealdade
A todos vive sorrindo
E o povo todo caindo
No laço da falsidade

Promete bolsa escolar
Ao filho do necessitado
Aposenta até defunto
Pois recebe um trocado
E que se lasque a nação
Essa sua enganação
Vai durar inda um bocado?

Dá açúcar e feijão
Carne sal óleo e jabá
Monta sua cesta básica
Um pouco aqui e acolá
Segue plantando mentira
Na cidade de Boquira
E também em Itará


Ele dá sacos de cimento
Tijolo, porta e janela.
Telha, bloco, arame, brita.
Caibros ripas e gamela
Promete o que puder
O que o eleitor quiser
Até cair na esparrela

Vou levar o calçamento
Luz e água encanada
Creche e escola decente
Para toda meninada
Vamos trazer a cultura
De forma rica e pura
Aqui não vai faltar nada

Eu e os novos camaradas
Vamos varrer a cidade
Da dita corrupção
Que maltrata de verdade
O meu povo está comigo
Não temo nenhum perigo
Tenho amigos de verdade

Essas são algumas promessas
Que faz o tal vereador
Pensando que é prefeito
Ou o administrador
E assim vai enganando
E o povo acreditando
Em palavra sem valor

Paga pinga para todos
Fala alto cospe no chão
Sai abraçando o povo
E dá tapa no balcão
Gritando já confiante
Na peleja triunfante
Para a próxima eleição

Pega criança no colo
Beija senhoras e donzelas
Aperta mão de todo mundo
Chamando as feias de belas
E ainda vai dizendo
Você está merecendo
Fazer teste pra novelas

A feia esboça um sorriso
Mostrando a boca banguela
Abraça o “bom” candidato
Ele torna abraçar ela
E a sujeita toda aflita
O prometente acredita
Já ganhou o voto dela

Pra enganar o eleitor
Não precisa ter estudo
Basta prometer que faz
Ele acredita em tudo
Enfeite bem a oratória
Invente criando historia
Mantendo o coitado mudo

E nunca diga ao votador
Que a situação tá feia
Elogie a sua luta
Convide-o para uma ceia
Se não o voto perderás
E nas urnas tu verás
Como se leva uma peia

Ofereça-lhe churrasco
Cachaça e pisadinha
Arrocha e o tal axé
Pagode e outra coisinha
Ande com ele abraçado
Indo pra tudo que é lado
Dando uma risadinha

Chame logo um retratista
Tire foto abraçado
Se tiver alguém filmando
O compromisso tá firmado
O cabra traz tanto voto
Vira de você devoto
E estará sempre ao seu lado

Depois que você vencer
Mande o sujeito se lascar
Afinal você agora
È um Homem popular
Está junto ao prefeito
Procure então dar um jeito
E sua vida vá arrumar

Aprove tudo que vier
Sendo fiel ao gestor
Apoie as contas e atrase
Salário de professor
E a suplementação
Assine e discuta não
E que se lasque o eleitor

Pra que cidade arrumada
Com toda infraestrutura
Se o importante mesmo
É ganhar da prefeitura
O salario e a propina
Tudo que vier combina
Mas não fale em cultura

Pois cultura tem um povo
Que pensa e faz pensar
Leva mensagem de novo
Pro eleitor acordar
E se este fica esperto
Agente vai pro deserto
Pois ele aprende a votar

Não tenha pena de ninguém
Todo Homem tem seu preço
Uns não valem quase nada
Pague e mostre seu apreço
E diga pra todo mundo
Com sentimento profundo:
O seu voto eu agradeço

Pobre em tudo acredita
Basta se falar bonito
Prometer mais do que deve
Inflamar em forte grito
E todos sairão dizendo
Nesse sim vou elegendo
Pra não ver o povo aflito

É assim desde o principio
Que aqui teve eleição
Os coronéis mandatários
Daqueles tempos então
Comprava o eleitor
Que chamava de Doutor
O Aspirante a ladrão

Coiteiros de assassinos
Escondiam malfeitores
Pois sabiam muito bem
Defender os seus valores
E assim iam comprando
A preços baixos pagando
Um punhado de eleitores

Será que algo mudou
Nesse solo brasileiro
O que o Homem é capaz
De fazer pelo dinheiro?
Vende a mãe também o pai
E desse jeito ele vai
Se corrompendo por inteiro

Diga-me em quem tu votas
Que eu ti direi quem é
Essa é a filosofia
Do “Progresso em marcha á ré”
Eu vi em muitas cidades
Matarem boas amizades
Perder dos amigos a fé

Trocar por voto é burrice
Uma grande amizade
Mas isso é quase normal
Foi o que vi numa cidade
O titulo é passaporte
Pro seu azar ou sua sorte
Botando á prova a lealdade

E por isso meu amigo
Voto em quem eu bem quero
Espero fazer o certo
Isso é o que mais espero
Eu não voto em partido
Mas no caráter escolhido
Acredite isso é “vero”

Eu nunca tive em minha vida
Tanta consideração
Quanta gente me sorrindo
Apertando a minha mão
Pensam que eu sou otário
Querem ganhar do proletário
O meu voto na eleição

Eles querem o salário
È tão certo e verdadeiro
Mas não me falam de planos
Nem o que farão primeiro
Qual sua prioridade
Que farão nessa cidade
Como disparo certeiro?

Emudecem, pois não tem.
Uma resposta para dar
Um bando de gente louca
Querendo tudo mudar
È a corrida do ouro
Parece boiada em estouro
Tentando me tapear

Não voto em Tiriricas
Porque eu não sou palhaço
Meu voto é consciente
Acredito no que faço
Tento não me corromper
Pra mais tarde não sofrer
Com meu pescoço no laço

Gente que não tem discurso
E nem sabe o que dizer
É pau mandado de alguns
Que adoram o tal poder
È tradição familiar
Ajudam desgovernar
E só faz o povo sofrer

Há quantos anos é assim
E o povo devendo favores
E ricaços ignorantes
Encurralam os eleitores
Manipulando a historia
Desviando a trajetória
Do progresso em horrores

È uma falta de respeito
Cambada de ignorantes
Que acham que compram tudo
Monstros bem deselegantes
Um bando de oportunistas
São tremendos vigaristas
Metidos a importantes

Mas a miséria traz votos
Pois pobre vive pedindo
Com um emprego prometido
Já vão logo se iludindo
Quatro anos no mandato
Então o “bom candidato”
O bolo vai repartindo

A saúde e educação
Cultura turismo lazer
Que diabos será isso?
Eles nem querem saber
O que vale é o pagamento
Pra garantir o sustento
E o bom emprego manter

O povo com pouca coisa
Ilude-se é bem verdade
Se vende muito barato
Perde a capacidade
De luta e de esperança
De levar tapa não cansa
Esta é a realidade

A cada dois anos vem
Um punhado de promessa
Toda eleição é assim
Sempre a mesma conversa
Quando não é pra prefeito
O Deputado com jeito
Logo vem e entra nessa

E assim pra presidente
E também pra senador
O congresso fica cheio
De beldades de valor
Mas a mente logo esquece
Os caras nem agradece
Ao desgraçado do eleitor

Esse ultimo nem lembra
No candidato que votou
Pois alguém disse pra ele
E com jeito lhe enganou
A cola na palma da mão
O coitado leva então
E seu voto confiou

E o nome do candidato?
Não interessa doutor.
Isso é o que pouco importa
Pro nosso bom eleitor
Ele atendeu ao pedido
Do seu padrinho preferido
Ou do seu corruptor

Nobre eleitor amigo
Conserve dignidade
Veja o que é melhor
Pra sua comunidade
Não eleja aventureiro
Que só quer rapar o dinheiro
Da nossa bela cidade

Vote em quem você quiser
Mas sempre com esperança
De ver a sua cidade
Alcançar sempre a mudança
Quando o povo está unido
Jamais será iludido
E objetivo alcança

Não sou cabo eleitoral
Mas tenho meu candidato
Meu voto é tão secreto
Que acredito de fato
Que votarei no melhor
Talvez no menos pior
Este é o meu fiel relato

Vota Brasil de verdade
Vota povo brasileiro
Vota com o coração
Vota com voto certeiro
Vota com dignidade
Vota pra tua cidade
Ter um gestor verdadeiro

Acredito que o seu voto.
Pode mudar o país
E fazer da sociedade
Seguir nova diretriz
Pois o povo consciente
È também inteligente
Tem fibra e é feliz

Mude a concepção
Não se venda por favor
Tua cidade necessita
Desse teu sincero amor
Mostre para todo mundo
Que você ama a fundo
O teu belo interior


LIVRETOS PUBLICADOS POR CARLOS SILVA
1. O Brasil visto com outros olhos (2001)
2. Combatendo a exploração do trabalho infantil (2002)
3. Me sinto feito menino nessa terra abençoada (2003)
4. Encontros no além (2005)
5. Euclides o libertador (2006)
6. Mestres da Literatura (2007)
7. O nordeste Brasileiro (2007)
8. Combatendo a dengue (2009)
9. A cidade de Inhambupe (2010)
10. Os cem Zés de Itamira (2011)
11. Itaporá ou Apomira (2011)
12. Patente do Capitão (2011)
13. Manihot – Casa de Mani (2011)
14. Aplb – Núcleo Aporá (2011)



Cada um vota em quem quer
Aperta o botão correto
Rejeita a coação
Luta pelo lado certo
O teu voto vale muito
Se o sonho estiver aberto

Só se vence a batalha
Imprimindo inteligência
Lutar pela liberdade
Valoriza a identidade
Aprimora a sapiência





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