sábado, 1 de outubro de 2011

"DIGA NÃO, AO HORÁRIO DE VERÃO"







Antonio Barreto, natural de Santa Bárbara/BA,
Professor, cordelista e indignado com o horário de verão







Essa idéia anacrônica

De alterar o fuso horário

É uma forma do governo

Ajudar ao empresário

Mas o povo de bom tino

Sabe que é desnecessário.

II

No Brasil não tem otário

Pra viver de imitação

Porque gente esclarecida

Aqui temos de montão

Então vamos boicotar

Esse Horário de Verão.

III

Esse Horário de exclusão

Alterando o dia-dia

Com o pretexto de auxílio

Para a nossa economia

É mentira mentirosa

Além de demagogia.

IV

Eu digo “Estraga Verão”

Nome bem apropriado !

Porque quando o galo canta

O pobre já tá acordado

Pra tomar o seu buzu

E sair desmotivado.

V

O patrão, muito folgado

Acorda tranquilamente

Por volta das 8 horas

Muito descansadamente

E só chega às 10 e meia

Para o seu expediente.

VI

E a criança inocente

Deveras sacrificada

Brigando com o fuso horário

Acorda na hora errada

Para estar dentro da escola

Ainda de madrugada.

VII

Esse horário então enfada

Nosso povo varonil

A classe trabalhadora

De Norte a Sul do Brasil

Que não deve mais sofrer

Com esse plano tão hostil.

VIII

A estação primaveril

Já começa com o calor

Depois o sol escaldante

Do verão abrasador.

O patrão fica sorrindo,

Sobra pro trabalhador !

IX

Perde muito o agricultor

De toda a zona rural

Já que a sua atividade

Não é artificial

Pois a sua produção

É pela luz natural.

X

O Governo Federal

Sabe que é um paliativo

Alterar o fuso horário

Sem razão e sem motivo.

Então deve o governante

Pensar bem no coletivo.

XI

Esse horário punitivo

Interfere de montão

No atendimento a bancos,

Nas viagens de avião,

De navio, de trem, de ônibus;

No rádio e televisão...

XII

Esse horário de Verão

Deveria ser brioso

Mas conforme as estatísticas

É deveras acintoso

Em vez de ser lucrativo

É mais que fantasioso.

XIII

Tal horário é desastroso,

É verdade, não invento

Porque ele economiza

Apenas quatro por cento.

Então chega de mentira

E tanto aborrecimento.

XIV

Quem possui discernimento

E também sabedoria

Sabe bem que o Ministério

Das Minas e Energia

Deve então racionar

É a sua anatomia !

XV

Chega de tanta utopia

Nesse Brasil de chacinas

De “roubanças”, injustiças

De buracos, de ruínas,

De tanto disse me disse

Que fere minhas retinas.

XVI

Não entendo “patavinas”

Desse ”horário oferenda” !

Vou pedir a Jaques Wagner

Que logo nos compreenda

E deixe nossa Bahia

Longe dessa reprimenda !

XVII

Eu quero ver quem desvenda

Os mistérios de Brasília.

Quem vai racionar salário

Quem vai ficar de vigília

Quem vai apagar as luzes

Quem vai comprar uma ilha !

XVIII

Gostei do Bolsa-Família

Porém quero muito mais.

Quero ver muitas usinas

Ao invés de carnavais !

E o Horário de Verão

Nos braços do Satanás !

XIX

Sei que Dilma é capaz

Na arte de governar

Expulsou aventureiros

Que queriam “racionar”.

Então desse “horário novo”

Peço para nos livrar.

XX

Eu não vou adiantar

Uma hora a todo dia

Vou deixar o meu relógio

Trabalhar em harmonia

Pois somente o empresário

Vai gostar dessa folia.

XXI

Chega de Filosofia

Cada qual na sua cabine

Que a vida me prepare

Que a Lua nos ensine

Que o Brasil tome “juízo”

Que o Sol nos ilumine !

XXII

Enquanto ninguém define

Vou dizendo sem demora:

Desse Horário de Verão

Nenhum brasileiro adora

Com exceção dos empresários

Que querem vê-lo na tora !

XXIII

Vou adiantar uma hora

Para ver o trem passar...

O Trem que não é das Onze

É um trem que vai chegar

Bem cheio de Consciência

Pra todo Parlamentar !

XXIV

Barreto vai retornar

A qualquer hora do dia

Reclamando do governo

Reclamando com harmonia

Esperando que o Brasil

Trate o seu filho gentil

Oferecendo alegria.



FIM



Salvador, 01/10/2011




Antonio Barreto

www.barretocordel.wordpress.com

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