sábado, 24 de setembro de 2011

"EXPLORAÇÃO SEXUAL E TRABALHO INFANTIL"









Quero aqui agradecer
Ao convite recebido
Pra relatar em cordel
Já me sinto agradecido
Em poder colaborar
Em verso então relatar
Um fator bem conhecido


Peço então por gentileza
Me acompanhem por favor
Carlos Silva é o meu nome
Sou um poeta cantador
Vou contar uma história
E exigir da memória
Sem querer ser professor

O Mundo é uma Escola
De luta e de esperança
De seres abençoados
Com enorme temperança
Mas as vezes me entristeço
Sofro choro e padeço
Com o sofrer d’uma criança

Fora linda a minha infância
Criado lá no interior
Vivendo de fantasia
Ali cercado de amor
Com carinho mamãe cuidava
A molecada estudava
Pra no futuro ter valor

Neste mundo acriançado
Eu cresci sendo feliz
Tomei banho de riacho
Muita coisa boa eu fiz
Tive ótima educação
Preparando-me então
Pra viver no meu País

Maus tratos, não conhecia
Naquele tempo então
Dava gosto ser criança
Sonhando ser cidadão
De honra paz e alegria
O tempo assim prosseguia
Maldade se via não

Mas a minha intenção
Nessa mais recente escrita
È lhes mostrar com clareza
Nem sei se você acredita
Que tem gente explorando
E nossas crianças maltratando
Isso é o que mais me irrita

Fico muito preocupado
Com que vejo constantemente
Pessoas que se aproveitam
Do pequeno e inocente
Em ato descomunal
A exploração sexual
Destruindo o adolescente

Este mundo tem riqueza
Que o Homem nem descobriu
E vem um monte de canalha
Acho foi o cão que pariu
E por ai vão praticando
E segue assim explorando
O Trabalho infantil

Vejam que a pedofilia
Alastrou-se no mundo inteiro
Os preceitos esquecidos
Por um monte de desordeiro
Que maltratam a criança
Destroem sua esperança
Pra poder ganhar dinheiro

Vamos relatar no verso
Toda forma de exploração
Que sofrem nossas crianças
Com tremenda humilhação
Quem pratica esta maldade
Eu afirmo de verdade
È um bicho sem coração

Sejam nos canaviais
No campo e na mineração
Na colheita de sisal
Na extração de carvão
O pequenino trabalha
Um dia se quer não falha
Vivendo na exploração

Malfeitores gananciosos
Usurpadores de vidas
Destruidores de sonhos
Com atitudes descabidas
As crianças estão morrendo
E aos poucos interrompendo
Tendo infâncias esquecidas

Escola pra muitos é sonho
Pois tristes vivem a sonhar
Autoridades lutando
Diz que vai erradicar
Crianças vivem sofrendo
Ainda sonham querendo
Ver este quadro mudar

Ásia África vejam só
Como ainda predomina
O trabalho infantil
É uma triste rotina
Exploração declarada
Também foi impregnada
Na América Latina

Em mil oitocentos e cinco
Um menino deformado
Com apenas quinze anos
Já se via explorado
Quinze horas por dia
Por muito tempo sofria
Que até ficou aleijado (fonte Cecip/Oit – 1995)

Esse fato foi relatado
Numa grande comissão
De Bradford na Inglaterra
Todos prestando atenção
Há muito tempo amigo
Permanece esse castigo
Em forma de escravidão

Alemanha, Bélgica e França
Holanda e Portugal
Isso século dezenove
Se mancaram, afinal
Surgem leis de proteção
Mas a maldita exploração
È uma praga infernal

A raça Humana destrói
O que o Nosso Deus criou
Liberdade é utopia
Sonho que alguém sonhou
A ganância só maltrata
Mutila e quando não mata
Em nada se transformou

Nos mesmos somos culpados
Ficamos em cima do muro
Cegos até que fingimos
Não enxergar no escuro
Mas a justiça não falha
E a criança que trabalha
Compromete o seu futuro (ações da Oit – 1995)

A primeira Lei Brasileira
De proteção Juvenil
Mil oitocentos e noventa e um
Algo mudava no Brasil
Começavam novos planos
E menores de doze anos
Era portanto infantil

Não poderiam trabalhar
Pois ainda eram crianças
Mil novecentos e vinte e sete
Houveram novas mudanças
Quatorze anos foi fixado
Para entrar no mercado
De trabalho e esperanças

Constituição de trinta e quatro,
Trinta e sete e quarenta e seis
Seguiam as mesmas regras
Com seus conjuntos de leis
Então, três constituições,
Abordavam estas questões
Muita coisa então se fez

A de sessenta e sete
Manteve proibição
Da diferença salarial
Mais uma mudança então
Fixaram para doze anos
E não causou maiores danos
Nesses anos todos não

Mil novecentos e oitenta e sete
O Governo federal
Instituía para a nação
Em caráter nacional
O programa Bom Menino
Pra melhorar o destino
Dos menores afinal.

A jornada de trabalho
Fora então reduzida
Pra quatro horas diárias
Melhorou bastante a lida
Sem haver muito empecilho
Com direito a bolsa auxilio,
Foi um avanço de vida

Constituição de oitenta e oito
Foi um avanço geral
Decretos, leis portarias,
Incisos e coisa e tal
Parágrafos, caput e artigos.
Mudaram regimes antigos
Novos tempos afinal.

Falamos até o momento
Em cinco constituições
No âmbito sócio político
Abordando essas questões
Uma coisa é bom dizer,
Há muito o que se fazer
Pra acabar com a exploração

Toda causa tem efeito
Do jeito que agente traça
Somos povos, somos gente
Somos mistura de raça
Alguns em berço de ouro
Outros que não tem tesouro
Dormem nos braços da praça


No farol pedem esmolas
Fazendo malabarismo
Mudam sempre de endereços
Em viadutos fazem turismo
Ali está uma criança
Que já perdeu a esperança
E se lançou no abismo

Por trás dela, infelizmente
Tem algum explorador
Que exigem dos menores
Sem medo e sem pudor
Vivem na impunidade
Espalhando na cidade
Uma onda de horror.

Vitimas deste destino
Ou da tal sociedade
Vão conhecendo mentiras
Maus tratos, deslealdade
Sem forças para sonhar
Logo começam roubar
É a triste realidade

Nos campos escravizados
Por um cruel fazendeiro
Muitos deles nem conhecem
O que quer dizer dinheiro
Se tentar fugir eu morro,
Pensar em pedir socorro
Seria o grito derradeiro

Sete, oito, nove e dez
Ou menos que essa idade
Crianças são judiadas
Sentem o peso da maldade
Da miséria a ela imposta
Sem obter a resposta
Sofrem toda crueldade

Outra exploração se forma
De forma tão (natural)
Crianças são castigadas
Exploração sexual
Nas TVs a cada dia
Cresce a pedofilia
Vi na revista e no jornal

Se é menino sofre muito
Sendo menina, sofre mais
Com treze ou quatorze anos
Mulher logo ela se faz
E em meio ao sofrimento
Surge o primeiro tormento
Que não se esquece jamais

Nas rodovias Brasileiras
Nas cidades ou nos sertões
O quadro é alarmante
Que balançam corações
Crianças estão parindo
Outras se prostituindo
Por falta de soluções

A Unicef a Conanda
Puc, Usp e outras mais
O Eca também contribui
Com atenções especiais
Lutando em prol da criança
Com vontade e esperança
Vencer esta guerra voraz

Quantas coisas ocorreram
Ainda bem que acordaram
Aos poucos nossas crianças
Apoio já encontraram
Pois então vamos mostrar
Ao menos para ilustrar
Fatos que já se passaram.



Titulo: Combate á Exploração
Do Trabalho Infantil

Os textos deste trabalho, tem como tema principal a EXPLORAÇÃO SEXUAL E INFANTIL.
Foi elaborado pelo grupo:FACES DA NOSSA TRUPE TEATRAL, da Casa de Cultura Santa Tereza-Embu das Artes -SP.

A confecção em cordel, ficou aos cuidados do cantador, escritor da literatura de cordéis e compositor CARLOS SILVA.
Paulistano, criado no interior da Bahia na Cidade de Itamíra Município de Aporá, a 160 Km de Salvador.
O mesmo já gravou dois cds de forma independente: ABRA OS OLHOS – Lançado em 2000 e RETRATANDO, lançado em 2003.

A idéia principal deste projeto é uma realização da Casa de Cultura Santa Tereza, sob a coordenação de: Anivaldo e Vanessa.



Fontes de pesquisas:


OIT :Organização Internacional do Trabalho
ABRAPIA: Associação Brasileira de Proteção á Infância e Adolescência
UNICEF: Fundo das Nações Unidas para a Infância e adolescência.

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