domingo, 13 de novembro de 2011

A Peleja do Pobre Poeta Pintor de Parede com o grande Menestrel do Pajeú
















SS

Vou responder aqui mesmo
esse largo desaforo
pra cordelista safado
e com falta de decôro
o meu lápis é afiado
pra enfiar no delgado
e varar todo seu couro

e vou dizer mais essa
pra você ficar ligado
vai ser logo o primeiro
na lista do condenado
vai comer da minha mão
com terra e sem perdão
o que o diabo cuspiu de lado

MM

Pra começar a conversa
Eu vou logo lhe avisando
Venha com sua fuleragem
Que eu só estou rabiscando
Quando minha pena esquentar
Meu verso vai te pegar
Te deixar agonizando

Depois não venha chorando
Na sua caricatura
A minha será criada
A sua vem da natura
Já és caricaturado
Caloteiro arretado
Tua promessa não dura

SS

Será tua formatura
esse largo desaforo
pra cordelista safado
e com falta de decôro
meu lápis é afiado
pra enfiar no delgado
e varar todo seu couro

Vai ser com ramo de louro
pra você ficar ligado
vai ser logo o primeiro
na lista do condenado
vai comer da minha mão
com terra e sem perdão
o que o diabo cuspiu de lado






MM

Você é que tá lascado
Com a pancado do meu verso
Do seu lápis toro a ponta
Atrapalho teu progresso
Empurro-o na sua guela
Para sair na ruela
Vou repetindo o processo

Posso até fazer o inverso
Se for de sua vontade
Porém vou lhe advertindo
Com muita sinceridade
Que vou tirar o seu couro
Pois não levo desafôro
De tão baixa qualidade

SS

Passa longe tua vontade
nessa rima de pinguço
cachaceiro e caloteiro
que só tem cabeça e bucho
rasgo ate esse seu verso
com a faca do progresso
e num pau lhe estribucho

rimazinha de capucho
de quem se diz cordelista
poetinha de budega
cantador de mei de pista
vou te fazer caridade
te livrar da crueldade
dessa cara de facista

MM

Sabendo que és derrotista
Vou te amansar no cajado
Vai ser tanta bordoada
Que ficarás aleijado
E eu prometo e não nego
Que ficarás que nem cego
Pelo cabresto adestrado

Por isso tome cuidado
Quando quiser fazer rima
Pinguço não rima bucho
Vê se não me subestima
Que eu faço isso e cordel
Me chamo Maviael
E de você to em cima









SS

Antes fosse tua rima
que agora foi abaixo
pegue seu cordel fulêro
soque na parte de baixo
seu nome Maviael
já rimei com tabaréu
e ficou no esculacho

Esse teu verso é despacho
e essa rima que não pega
cantador pra me bater
tem que ter a mente mega
pague logo a minha grade
fez "serviço" na metade
e a mulher ficou na cega


MM

Faça logo minha entrega
E pague a minha cerveja
Tabaréu é teu passado
E já perdeste a peleja
Não queira mudar o mote
Que eu vou bater no cangote
Verás como se verseja

Pois o meu verso esquarteja
Pato, preá e mocó
Siriema, asno e servo
Jumento de um olho só
Preste atenção seu sergim
Que o teu verso é muito ruim
Eu vou bater sem ter dó

SS

fala logo de mocó
pra não falar do "serviço"
que, aliás, foi mal feito
não vou fazer rebuliço
mas a dívida é sua
cantor de meio de rua
vou te jogar um feitiço

o feitiço vai no traço
que é a minha função
já já mostro a tua cara
feita pela minha mão
vai ser de cabo de aço
a lapada no espinhaço
desse cantador ladrão









MM

No traço da tua mão
Pode reparar direito
Tem o M de quem manda
De quem é quase perfeito
Por isso respeite a cara
Que eu vou bater de taquara
Pra corrigir teu malfeito

Pode chamar o prefeito
Seu xeleléu da bixiga
Baba ovo e puxa saco
Caloteiro duma figa
Que a pisa vai ser dobrada
Vai ser tanta bordoada
Com um ramalhete de urtiga

Você segure seu carro
Se meta com sua vida
Pois meu verso é afiado
Feito foice na batida
Corta no pé quando vai
Não entre que você cai
Como uma rês abatida (p/ Márcio Melo)


SS

Mané coco tu se liga
teu mausoléu já tá pronto
vou lascar teu espinhaço
fazer churrasco no ponto
'inda vou cortar na faca
essa língua de matraca
vai sair com o quengo tonto

sei que és mestre no conto
mas isso não me abala
seu irmão vem de gaiato
vai também entrar na bala
e os dois eu desafio
a desenhar um só fio
senão volte pra senzala

zé cumbica fica fora
cala logo em teu lugar
tu também tá grampeado
nem adianta apelar
vai rezar ave maria
pra nao sofrer agonia
quando o lápis te rasgar(p/ Márcio Melo)








MM

O seu verso não me abala
Nem tão pouco me afeta
Prepare aí o seu lombo
Criatura analfabeta
Voce vai se arrepender
No munturo se esconder
Das sextilhas do Poeta

E veja se não me arreta
Mexendo com meu irmão
Nele eu bato porque posso
Mas voce não pode não
Procure o seu lugar
Que a macaca vai piar
Sou pintorzinho bufão

SS

Você tá na minha mão
cantadorzinho fuleiro
vai baixar em outro canto
santo de pé de umbuzeiro
eu vou dar uma lição
em você e seu irmão
dois por um nesse terreiro

meu traço tá no estrangeiro
pra você se assuntar
analfabeto de quinta
vá primeiro estudar
nesse papel de pintor
saiba que eu sou doutor
sua cara vou marcar

MM

Quando sua rima acabar
Não fique desesperado
Pode pedir que eu te ajudo
Seu cordelista safado
Teu negócio é pintar muro
E se esconder no escuro
Pra não pagar o apostado

Por isso tome cuidado
Seu pintorzinho ralé
Que na arte do cordel
Eu sou igual a Pelé
O rei, o melhor do mundo
E o seu verso vagabundo
Não vai chegar no meu pé!

SS

nem se iguale a Pelé
caloteiro desgraçado
tu nem tem onde morrer
bode do fole furado
se diz rei esse bocó
que na guela tem um nó
e deve dois engradado

Você que tome cuidado
com essa rima de araque
métrica desigualada
tocador de atabaque
tenho rima pra vender
tu de mim vai aprender
mudo até o teu sotaque

MM

Então se prepare que eu vou rebater
Cantando em galope a nossa peleja
Segure meu verso, vê se não gagueja
E preste atenção pra tentar aprender
Se você não aguenta peça pra morrer
Que de agora em diante não vou alisar
Você de chicote vou esquartejar
Descendo lapadas de versos no lombo
Sergim sai de baixo senão eu te arrombo
Cantando galope na Beira do Mar

SS

Você ta pensando que é muito sabido
Pois grave agora o que vou lhe dizer
Te pego no verso, te faço gemer
Enfio a baia do lápis no ouvido
Cantador safado pague meu devido
Que já me cansei de te ver enrolar
Esse teu chicote é que vai te matar
E serás traído pela tua guela
Enfio a viola na tua ruela
Cantando galope na Beira do Mar

MM

Você tá pensando que pode comigo
Com esse versinho desmetrificado
Você ta perdido, tá todo enrolado
Vá logo no SAF e compre seu jazigo
Aqui não tem vêz, nem tão pouco abrigo
Pra cabra safado que tenta enrolar
Que deve e não paga, não sabe apostar
E fica escondido por trás de um pincel
Prepare a muleira que é pêia à granel
Cantando Galope na Beira do Mar

SS

Desmetrificado é o seu focinho
Que no meu desenho vai ser consertado
O cacete que tu vai levar é dobrado
Eu vou te amansar, te deixar pianinho
Segunda eu vou publicar teu espinho
Tô sendo amigo, vim te avisar
Vai ser uma surra pra nego endoidar
Não chore depois me pedindo perdão
Vou dar no teu lombo com ferro na mão
Cantando galope na Beira do Mar




MM

Realmente você tá muito iludido
Pensando que sabe escrever algum verso
Eu paro as ondas, mando no universo
Acordo um vulcão que já tenha morrido
Imagine você, um doido varrido
Lambendo meu chão para eu poder passar
Pedindo e chorando para eu não matar
Gemendo de dores das minhas pancadas
Correndo pelado pelas madrugadas
Cantando Galope na Beira do Mar

SS

Estás iludido com o teu umbigo
Desse jeito vou te quebrar a costela
A onda que faz não me dá na canela
O teu universo no dente mastigo
Já dei o aviso cantador mendigo
Acorda pra vida tu vai apanhar
Eu tenho a foice do traço no ar
Que vai te cortar o cangote de vez
Por isso respeita o Deus que te fez
Cantando galope na Beira do Mar

MM

Na concha do espaço eu bebo da fonte
A força divina do Grã Criador
A lua eu clareio com meu esplendor
Pra sabedoria eu sou sua ponte
Por isso pixote você não me afronte
Seu traço eu não temo, não vai me abalar
Meu verso é potente não vai se calar
Pro rimadorzinho sem eira, nem beira
Do mastro da terra eu sou a bandeira
Cantando Galope na Beira do Mar

SS

O troço parece que fuma maconha
Vem com esse papo de "sou sua ponte"
E tá se escondendo atrás de um monte
Pra correr do pau da lapada medonha
Sossega magrelo que a cobra peçonha
Tá no teu encalço e vai te pegar
Vou dar-lhe cacete até te matar
Vai aprender a não mecher com meu traço
Segura a lapada de cabo de aço
Cantando galope na Beira do Mar

MM

Eu dei um tregua pra tu refletir
E não escreveres tanta besteira
Mas você insistiu, então tome rasteira
Numa queda alta você vai sentir
Das minhas pancadas não podes fugir
E o seu veneno não pode matar
Seu traço é de massa, servente vulgar
Seu cabo de aço eu toro no dente
De tua carcaça não sobra a semente
Cantando Galope na Beira do Mar

SS

Tu tava tentando encontrar uma rima
Porque essa tua já tá repetida
A tua estrofe já foi abatida
Com a força do lápis que tu subestima
A métrica torta é a tua mina
Fazendo esse verso sem rumo, no ar
Agora te senta que eu vou te ensinar
Vai se ajoelhar na frente de um mito
És burro mas eu te faço erudito
Cantando galope na Beira do Mar

MM

Sergio nesse desafio
Você nasce perdedor
Gabinete é pra doutor
E no meu verso eu confio
Você já nasceu sem brio
Não me venha com porém
Eu vou comprar um cartão
Para viajar de trem
Sem cartão ninguém vai
Sem cartão ninguém vem
Vai e vem, vem e vai
Vem e vai, vai e vem
Tu és cantador fuleiro
Me escute e diga amém
Peça licença e saia
Pois você não me detém
E eu vou bater de porrete
Quem não canta gabinete
Não é cantor pra ninguém


SS

Gabinete é pra quem pode
Batizado de parcela
Tú és cantor de viela
E no verso se sacode
Com essa tua voz de bode
Tem que tocar pra alguém
Eu vou comprar um cartão
Para viajar de trem
Sem cartão ninguém vai
Sem cartão ninguém vem
Vai e vem, vem e vai
Vem e vai, vai e vem
Tagarela caloteiro
Tú aqui não se mantém
Essa é a tua sina
Vai morrer sem um vintém
E agora tome cacete
Quem não canta gabinete
Não é cantor pra ninguém











MM

Você vai hoje aprender
O que eu vou te ensinar
Prepare para apanhar
Que o meu verso vai doer
Vire as costas pra eu bater
Compre passagem pro além
Eu vou comprar um cartão
Para viajar de trem
Sem cartão ninguém vai
Sem cartão ninguém vem
Vai e vem, vem e vai
Vem e vai, vai e vem
Você é pato pra mim
Não vale nem o que tem
Vive morrendo de inveja
Por que me vê cantar bem
Sua rima é só falsete
Quem não canta gabinete
Não é cantor pra ninguém


SS

Não venha subestimar
O verso que te calou
Aderaldo me ensinou
A bater até lascar
Tú vai ter que suplicar
Pois já virou meu refém
Eu vou comprar um cartão
Para viajar de trem
Sem cartão ninguém vai
Sem cartão ninguém vem
Tanto vem como vai
Tanto vai como vem
Não perca a estribilho
E cuidado com esse trem
Saia que eu tô no trilho
E não perco pra ninguém
Aprenda logo o macete
Quem não canta gabinete
Não é cantor pra ninguém











MM

Aderaldo era cego
Mas não de se misturar
Não ia se sujeitar
A ensinar a um prego
Eu vou quebrar o teu ego
E te deixar muito aquém
Eu vou comprar um cartão
Para viajar de trem
Sem cartão ninguém vai
Sem cartão ninguém vem
Tanto vem como vai
Tanto vai como vem
Eu descarrilho o seu trilho
Meu verso não se contém
Tua parcela eu humilho
Pois você não me detém
Protótipo de tamborete
Quem não canta gabinete
Não é cantor pra ninguém


SS

Tu põe cego nessa malta
Como se fosse defeito
Pois ele põe no teu leito
A visão que ainda te falta
Põe luz na tua ribalta
Não deixe ela no além
Eu vou comprar um cartão
Para viajar de trem
Sem cartão ninguém vai
Sem cartão ninguém vem
Lá se vem, lá se vai
Lá se vai, lá se vem
Pois pra tu me humilhar
Tens de vir com mais de cem
Não és páreo nessa rima
O estilo não lhe convém
Tente viver de piquete
Quem não canta gabinete
Não é cantor pra ninguém













MM

Você entenda direito
Preste atenção no serviço
Você não tem compromisso
É um poeta mal feito
Eu vou te pegar de jeito
Pois o meu verso advém
Eu vou comprar um cartão
Para viajar de trem
Sem cartão ninguém vai
Sem cartão ninguém vem
Lá se vem, lá se vai
Lá se vai, lá se vem
Meu verso contém poesia
Já o seu, nada contém
Aqui não é a bacia
Pra você fazer também
Pois o seu verso é tolete
Quem não canta gabinete
Não é cantor pra ninguém


SS

Meu serviço tá no jeito
Cuidado na sua pisada
Pois no decorrer da estrada
Tá mostrando preconceito
Repare no teu defeito
Tu não enxerga o que tem
Eu vou comprar um cartão
Para viajar de trem
Tu nem vem, Tu nem vai
Tu nem vai, Tu nem vem
Já escuto o teu gemido
O meu verso te retém
Pode fazer alarido
No final dirás Amém
Tu vai virar meu banquete
Quem não canta gabinete
Não é cantor pra ninguém









MM

Eu nunca deixei uma briga de lado
E nunca fugi de um combate de verso
Também quando quero sou muito perverso
E depeno poeta pequeno e coitado
Te pego de jeito, deixo estrupiado
Sem casa, sem senso, sem nada e sem plano
Perdido no mundo por mais de dez "ano"
Querendo o mapa pra voltar pra casa
Cuidado Sergim que meu verso te arrasa
Nos dez pés de Martelo Alagoano

SS

Se liga moleque não pisa na brasa
Jogando essa rima perdendo no ar
O tapa que te dei botei pra lascar
Agora te jogo numa vala rasa
Esse verso torto é que te defasa
O teu versejar vai entrar pelo cano
É melhor correr e se tornar mundano
Que ficar aqui e cair na chibata
Essa pêa forte só te desidrata
Nos dez pés de Martelo Alagoano

MM

Tome cuidado com o que você fala
Tome tendência poeta xibungo
Tome Vergonha, pra mim és um fungo
Tome ciência e vê se te cala
Tome formol e se jogue na vala
Tome um tabefe de um pernambucano
Tome um bufete seu besta fubano
Tome uma glosa de quem sabe escrever
Tome cuidado que eu pego você
Nós dez pés de Martelo Alagoano

SS

Dou-lhe cacete nesse entardecer
Dou-lhe outro mote de verso no ouvido
Dou-lhe uma aula de prosa, bandido
Dou-lhe viagra pra tu não morrer
Dou-lhe dez conto se tu me vencer
Dou-lhe porrada de um pernambucano
Dou-lhe vergonha, poeta profano
Dou-lhe ciência, analfabeto prego
Dou-lhe uma sova, no chão te esfrego
Nos dez pés de Martelo Alagoano






MM

Eu sou a lapada de cana que arde
Eu sou o aviso da chuva a chegar
Eu sou teu patrão! venha trabalhar
Eu sou a palavra que ao mundo se alarde
Eu sou o atraso pra quem chega tarde
Eu sou a certeza desse teu engano
Eu sou a verdade, eu sou ariano
Eu sou o caminho pra quem tá perdido
Eu sou um bufete no teu pé de ouvido
Nos déz pés de Martelo Alagoano

SS

Tu és o esgoto descendo a ladeira
Tú és um mosquito nessa minha relva
Tú és um macaco cagando na selva
Tú és a piaba que pego na beira
Tú és esse fungo que brota sem eira
Tú és um bocó que se diz ariano
Tú és um baitola, moleque insano
Tú és o perdido nesse tal caminho
Tú és um maluco falando sozinho
Nos dés pés de Martelo Alagoano

MM

Serei pra você o pior pesadelo
Serei o veneno na sua garganta
Serei a porrada da qual não levanta
Serei com certeza o seu desmantelo
Serei na poesia seu melhor modelo
Serei o teu rei e teu soberano
Serei teu carrasco, fresco carcamano
Serei a peixeira que vai te capar
Serei a tesoura que vai te podar
Nos Dez Pés de Martelo Alagoano

SS

Será que você está são e ciente?
Será que não foi o veneno vencido?
Será a seqüela do soco no ouvido?
Será que foi esse meu verso potente?
Será que um dia tu acorda dormente?
Será que te salvo desse teu engano?
Será que estou sendo excessivo tirano?
Será que vou ter mesmo que te bater?
Será que apanhando tu vai aprender
Nos dez pés de Martelo Alagoano?



MM

É pequeno, é medroso, é um fraco, é um pato
É pixote, é moleque, é um besta, é um rato
É um bufão, é um frouxo, é um poeta que bato
É um poeta que bato, é um frouxo, é um bufão
É coitado, é sem graça, é um verme, é cagão
É cagão, é um verme, é sem graça, é coitado
É quadrão, é quadrinha, é quadrilha, é quadrado
É quadrado, é quadrilha, é quadrinha, é quadrão

SS

É maluco, é muquifo,é um doido, é varrido
É um mané, é boiola, é um pobre, é curtido
É um peão, é um bocó, é um bebum desnutrido
É um bebum desnutrido, é um bocó, é um peão
É viado, é perdido, é aluado, é um pagão
É um pagão, é aluado, é perdido, é viado
É quadrão, é quadrinha, é quadrilha, é quadrado
É quadrado, é quadrilha, é quadrinha, é quadrão

MM

É no tapa, é no coice, é no murro, é facada
É no tiro, é na bala, é tabefe, é pancada
É na mão, é bufete, é na cara, é safada
É safada, é na cara, é bufete, é na mão
É deitado, é por trás, de joelho no chão
De joelho no chão, é por trás, é deitado
É quadrão, é quadrinha, é quadrilha, é quadrado
É quadrado, é quadrilha, é quadrinha, é quadrão



SS

É na testa, é na fuça, é no rabo, é no rombo
É no osso, é no dorso, é na vala, é no lombo
É com a mão é c'a boca, é perdida, é no tombo
É no tombo, é perdida, é c'a boca, é com a mão
É um pobre viado, é moçoila, é ladrão
É ladrão, é moçoila, é um pobre viado
É quadrão, é quadrinha, é quadrilha, é quadrado
É quadrado, é quadrilha, é quadrinha, é quadrão

MM

É assim, é assado, é de jeito, é na beira
É um fresco, é cangaia, é um jegue na feira
È Peão, é um trato, é na flor da rabeira
É na flor da rabeira, é um trato, é peão
É de lado, é na rosa, é naquele botão
É naquele botão, é na rosa, é de lado
É quadrão, é quadrinha, é quadrilha, é quadrado
É quadrado, é quadrilha, é quadrinha, é quadrão

SS

É viado, é um pato, é um porco, é uma gia
É a louca, é sem eira, é sem beira, é sem guia
É João, é de dia, é de noite, é Maria
É Maria, é de noite, é de dia, é João
É largado, é enrustido, é escondido, é furão
É furão, é escondido, é enrustido, é largado
É quadrão, é quadrinha, é quadrilha, é quadrado
É quadrado, é quadrilha, é quadrinha, é quadrão

MM

É sem prega, é sem jeito, é sem corpo, é perneta
É sem bunda, é sem nada, é sem graça, é careta
É o cão enrabado, é um doido, é zureta
É o zureta, é o doido enrabando o cão
É marcado, é banguela,é cagado, é chupão
É chupão, é cagado, é banguela, é marcado
É quadrão, é quadrinha, é quadrilha, é quadrado
É quadrado, é quadrilha, é quadrinha, é quadrão

SS

É tratante, é a grade, é veaco, é fuleiro
É casado, é mentira, é também maconheiro
É o cão, é vendido, é mané marmeleiro
É mané marmeleiro, é vendido, é o cão
É caçado, é devendo, é fugindo, é ladrão
É ladrão, é fugindo, é devendo, é caçado
É quadrão, é quadrinha, é quadrilha, é quadrado
É quadrado, é quadrilha, é quadrinha, é quadrão






MM

É o medo, é a fome, é a farsa, é canguinha
É a fuga, é o trote, é sem nada, é sem linha
É um vão, é o ralo, é perdendo a gradinha
É perdendo a gradinha, é o ralo, é um vão
É fiado, é devendo, é ligeiro, é ladrão
É ladrão, é ligeiro, é devendo, é fiado
É quadrão, é quadrinha, é quadrilha, é quadrado
É quadrado, é quadrilha, é quadrinha, é quadrão

SS

É buchudo, é farinha, é na feira, é rebento
É capado, é jogado, é magrelo, é cinzento
É um furão, é menino, é moleque, é marrento
É marrento, é moleque, é menino, é furão
É o machado arribado, é no couro, é o rojão
É o rojão, é no couro, é o machado arribado
É quadrão, é quadrinha, é quadrilha, é quadrado
É quadrado, é quadrilha, é quadrinha, é quadrão

MM

É pequeno, é lombriga, é só tripa, é um louco
É doente, é góguento, é um nojo, é um rouco
É vilão, é favela, é urtiga, é um tôco
É um tôco, é urtiga, é favela, é vilão
É abestdado, é idiota, é um gordo, é buchão
É buchão, é um gordo, é idiota, é abestado
É quadrão, é quadrinha, é quadrilha, é quadrado
É quadrado, é quadrilha, é quadrinha, é quadrão

SS

É a paca, é a vaca, é um touro, é urubú
É um rouco, é um môco, é um louco, é angú
É tião, é molenga, é medroso, é perú
É perú, é medroso, é molenga, é tião
É virado, é sentado, é c'a boca no chão
É c'a boca no chão, é sentado, é virado
É quadrão, é quadrinha, é quadrilha, é quadrado
É quadrado, é quadrilha, é quadrinha, é quadrão






















MM
Agora você apanha
Comigo você não pode
Lá vai uma, duas e três...

SS
Teu jacaré se sacode
Nesse rio de piranha
Lá vai quatro, cinco e seis...

MM
Preste atenção nesta mãnha
Pois senão você não vai

SS
Cuidado que você cai...

MM
Caio numa cama macia
Pois sou o rei da poesia
Se for por dez pés la vai!


SS
Vou torar teu espinhaço
D'uma lapada segura
Lá vai uma, duas e três...

MM
Tu não me causa lesura
Sei que meu verso é de aço
Lá vai quatro, cinco, seis...

SS
No lombo fica o inchaço
Reza pra parar e sai!

MM
Cuidado que você cai...

SS
Caio lascando tua sina
Sou raio da silibrina
Se for nos dez pés lá vai!















MM
Eu sou ronco de trovão
Que amedrota o teu verso
Lá vai uma, duas três...

SS
Teu roncar é controverso
Se perde na multidão
Lá vai quatro, cinco e seis...

MM
Meu cantar é a imensidão
Herdada de um grande Pai

SS
Cuidado que você cai...

MM
Caio nos braços da dama
Você cagado na lama
Se for por déz pés lá vai


SS
Vejo a linha da idade
Te deixando aperriado
Lá vai uma, duas e três...

MM
Vejo você agachado
Mostrando fragilidade
Lá vai quatro, cinco e seis...

SS
Implorando mocidade
Ancião, tu se distrai!

MM
Cuidado que você cai...

SS
Caio como um carcará
Nos ossos do "véi" gagá
Se for nos dez pés lá vai















MM
A sua imaturidade
Merece minha clemência
Lá vai uma, duas, três...

SS
Essa tua impotência
Coisa da caducidade
Lá vai quatro, cinco e seis...

MM
Eu tenho longevidade
Sou um grande samurai!

SS
Cuidado que você cai...

MM
Caio mostrando minha fala
Você pedindo bengala
Se for por dez pés la vai!


SS
Bengala é tua escora
Quando larga cai de testa
Lá vai uma, duas, três...

MM
Do pouco que ainda te resta
Junte as forças, vá embora
Lá vai quatro, cinco e seis...

SS
Quando te lasco na espora
A cangaia te retrai!

MM
Cuidado que você cai...

SS
Caio sobre teu destino
Corto a linha, te assassino
Se for por dez pés la vai!



















MM
Você pra mim é menino
Chupando o dedo do cão
Lá vai uma, duas, três...

SS
Cuidado com minha mão
Na boca do intestino
Lá vai quatro, cinco e seis...

MM
A tua mão eu afino
Te deixo gritando ai!

SS
Cuidado que você cai...

MM
Caio vestido num terno
Você na boca do inferno
Se for por dez pés lá vai!


SS
O bicho come teu osso
Nesse chão que te sufoca
La vai uma, duas, três...

MM
De medo o chão se desloca
Com o meu verso colosso
Lá vai quatro, cinco e seis...

SS
Um versinho muito insosso
Comprado no Paraguai

MM
Cuidado que você cai...

SS
Caio em sua insanidade
Com versos de qualidade
Se for nos dez pés lá vai!




















MM
Tranco você no hospício
Só tomando gardenal
Lá vai uma, duas três...

SS
Pois esse tom anormal
Mostra que tu tá no vício
Lá vai quatro, cinco e seis...

MM
Serei o teu precipício
Teu Deus no Monte Sinai!

SS
Cuidado que você cai...

MM
Caio repleto de luz
vc pregado na cruz
Se for por dez pés lá vai!




Mote de Gregório Filó

SS
Posso decantar a flora
E as forças que tem na terra
E até as noites de guerra
Que acontecem mundo afora
Mas quando se perde a hora
E aponta o sol poente
Carcará cala o repente
Explicando a primazia
Toda vez que morre o dia
Morre um pedaço da gente

MM
Viajo na natureza
Com a força da inocência
Mas é preciso prudência
Observando a grandeza
Momento raro em beleza
Quando a lua tão contente
Desponta a gente já sente
Que é a noite que se inicia
Toda vez que morre o dia
Morre um pedaço da gente

SS
O verso traz o poema
Na poesia o pranto
No pranto vem o encanto
O encanto leva o tema
Assim segue essa novena
Durante o dia corrente
Mas quando se faz ciente
A noite apaga a via
Toda vez que morre o dia
Morre um pedaço da gente



MM
O dia tras a aurora
Iluminada de versos
Vem proseando os acessos
E decantando, aflora
A noite que não demora
Trazendo a nova semente
Que amanhã será o presente
Versejado em poesia
Toda vez que morre o dia
Morre um pedaço da gente

SS
O presente é uma espora
Que aperta o cabra no muro
Sonhando com um futuro
Que no passado vigora
Ele não se faz agora
O destino o tem na frente
Escreve dente por dente
Da vida é uma guia
Toda vez que morre o dia
Morre um pedaço da gente

MM
O destino nos convida
Dia a dia a caminhar
Colhendo o que se plantar
Na vida amadurecida
Tendo o amor por guarida
Em toda a sua vertente
Irá jorrar da nascente
Outro dia de harmonia
Toda vez que morre o dia
Morre um pedaço da gente






SS
Uma canção vigorosa
Acorda no amanhecer
Soa livre a conceber
Rotina leve e pomposa
A noite chega fogosa
Iluminando o chão quente
E se junta no repente
Pra findar a sinfonia
Toda vez que morre o dia
Morre um pedaço da gente

MM
Mais uma pagina virada
Uma canção esquecida
Uma triste despedida
Uma perna já cansada
Uma nova passarada
Sobrevoando o poente
De dia pôe-se a semente
E a noite faz-se a "enxertia"
Toda vez que morre o dia
Morre um pedaço da gente

SS
O enxerto corta no talo
O dia que se faz noite
Passando como um açoite
Nas frestas de um regalo
Cantante a decepá-lo
Coisa que o homem nem sente
Mas quando pega na gente
Se repete a cantoria
Toda vez que morre o dia
Morre um pedaço da gente

MM
O Dia se encerra quando
O sol desmaia da serra
E pela praia se enterra
Como quem vai mergulhando
O tempo vai profundando
Com seu destino iminente
Abrindo nova vertente
Outra lua principía
Toda vez que morre o dia
Morre um pedaço da gente.














SS
A lua desce enfeitada
E a noite se realiza
E tudo se armoniza
Na réstia enluarada
Entra pela madrugada
Mas logo se corta rente
Na lâmina do repente
Que trafega bem macia
Toda vez que morre o dia
Morre um pedaço da gente

MM
O sol já desceu a serra
Findando a sua jornada
Ao cantar da passarada
Um exercício se encerra
Do dia que deixa a terra
Pra noite vir comumente
E a calçada do batente
A noite já lhe esfria
Toda vez que morre o dia
Morre um pedaço da gente

SS
Na calçada fica a foço
Da pisada sorrateira
Quando a tal rotina beira
Levando a vida pro poço
Vida de menino moço
Que não vê o sol nascente
E finda lá no poente
Cortando a sua alegria
Toda vez que morre o dia
Morre um pedaço da gente

MM
Na estrada dessa vida
O tempo passa e se encerra
Deixando marcas na terra
Cicatrizando a ferida
Pois em cada despedida
O peito fica dormente
A sombra no solo quente
Mostranva que anotecia
Toda vez que morre o dia
Morre um pedaço da gente

SS
O cantarolar é sina
Pra quem segue a sua estrada
Deixando a terra molhada
E seguindo a concertina
Encontra numa menina
O veneno da serpente
Que adormece no dente
Cegando a nossa porfia
Toda vez que morre o dia
Morre um pedaço da gente

MM
Eu já fiz Lampião se ajoelhar
Me pedindo perdão, dó e clemência
Já mudei todo o curso da ciência
Fiz a Lua da noite de Luar
Fiz o Sol ao meio dia se apagar
Escrevi minha história nos jornais
E na luta incessante pela paz
Esmaguei ditadores truculentos
Só pra Gandhi ensinei mil pensamentos
E o que é que me falta fazer mais!

SS
Ensinei Gonzagão a xotear
Lampião nos meus pés fez juramentos
Escrevi pra Moisés os Mandamentos
E ele veio a mim se aconselhar
Na Alemanha fiz Hitler implorar
Fiz os mares e os pólos naturais
Foram sete maravilhas colossais
Construídas por minhas mãos ardentes
Dividi nossos cinco continentes
O que é que me falta fazer mais

SS
Te boto no couro quente
Cachaceiro pé-de-quenga
Sossega esse traseiro
Senão te deixo capenga
To fazendo essa bixiga
Caloteiro d'uma figa
Pra acabar essa pendenga

MM
Vou terminar essa arenga
De peleja Virtual
Antes que você se cague
Pois já ta passando mal
Foi um prazer arretado
Bater num cabra safado
“Etecetra e coisa e tal...”

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